Sob a acusação de lavagem de dinheiro, o pastor Silas Malafaia foi alvo de mandado de condução coercitiva no âmbito da Operação Timóteo, ocorrida na manhã desta sexta-feira (16), pela Polícia Federal.
O líder religioso foi colocado sob suspeita por ter recebido valores do principal escritório de advocacia responsável por esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais têm como destino os municípios).
Em depoimento agora pela manhã por telefone à revista Comunhão, o Pastor Silas afirmou que estão querendo desmoralizá-lo.
Confira a conversa na íntegra:
“Eu recebi uma oferta do pastor Michel Aboud, da Embaixada do Reino, de Balneário Camboriú (SC). Um membro da igreja dele me deu uma oferta de R$ 100 mil e ele levou no meu escritório. Como é que eu vou saber que essa pessoa está envolvida com coisas ilegais? Michel Aboud é meu amigo há 20 anos, como é que eu vou saber que o membro da igreja dele está errado? Estão fazendo um show pirotécnico para me desmoralizar. Eu contrario muitos interesses e 70 mil querem me desmoralizar. Eu sei o que está por traz disso, entendeu? Esta que é a verdade! É um absurdo uma coisa dessas, uma condução coercitiva. Podiam me intimar, como prevê (a legislação). Isso é uma vergonha, uma estupidez! Eu não sei quem é a pessoa que doou, não guardei o nome, pois a oferta foi há uns 3, 4 anos. Como é que vou saber que ele estava envolvido nessa patifaria? Eu não sou bandido, não sou ladrão. Eu estou envolvido em corrupção? Isso é uma bandidagem que estão fazendo. É molecagem que estão fazendo para me denegrir diante da opinião pública. Só isso, mais nada”, disse
O mandado é para que a polícia esclareça a situação que Malafaia foi acusado, em que teria “emprestado” contas correntes de uma instituição religiosa com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores. A ação ocorre em 11 estados (BA, DF, GO, MT, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO) e no Distrito Federal. Os policiais fazem buscas e apreensões em 52 diferentes endereços relacionados com uma organização criminosa investigada.
A Operação Timóteo começou ainda em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).