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quarta-feira, 24 abril 2024

Pregador Luo e o repertório inovador de “Governe!”

“Deus é o Todo-Poderoso, autor da vida e do universo, mas não devemos nos enganar acreditando que Ele está nos controlando como marionetes”

Propondo um repertório inovador e diferente do que é produzido pelo meio gospel, o rapper Pregador Luo viveu toda a sua carreira fazendo música independente, sem intermédio de gravadoras. Por muitos anos, o artista foi procurado por companhias nacionais e internacionais do ramo, mas seu desapontamento com o mercado o desmotivou, por mais de duas décadas, a assinar um contrato. A justificativa: não se sentia à vontade com os planos de diretores, produtores e todos os envolvidos na cadeia fonográfica.

Sua percepção parece ter se modificado. Desde o final do ano passado, ele trabalha na divulgação do álbum “Governe!”, lançado pela Universal Christian Music. A razão para essa mudança é atribuída às “qualidades” da empresa, com quem “tem uma relação humana, justa e direta”. O disco tem recebido aprovação do público, tanto que o vídeo “Rolê da Consciência”, uma das faixas do CD, está chegando às 500 mil visualizações.

“As pessoas anseiam por esse tipo de música mais moderna, sem vícios e original. Ninguém aguenta mais gente sem identidade querendo ser cópia de bandas gospel americanas. Outra coisa que chama a atenção são as letras das canções. Elas são muito diferentes da maioria do gospel, que induz você a agir como um cardume. Tenho incentivado o público a pensar livremente e a agir de forma inteligente, e não como se estivesse absorto por um mantra  evangélico. Qualquer um que esteja descontente com o que o meio cristão se tornou percebe e apoia essa postura”, ressalta Luo.

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“Governe!”, define, tem uma mensagem que leva ao controle das próprias ações no mundo. Isso significa afastar a ideia de que Deus faz marionetes dos indivíduos. Pelo contrário, Ele quer que as pessoas comandem seus atos com a mente de Cristo. “Deus nos criou para isso. Tanto a Bíblia quanto aqueles que embasam mais sua fé na ciência concordam nesse ponto. No livro de Gênesis, fica clara nossa posição no planeta. Lá está escrito que fomos feitos à imagem e semelhança dos Criadores (Pai, Filho e Espírito Santo). Nós, humanos, fomos agraciados com a bênção de sermos os guardiões da Terra, os condutores dos eventos históricos e a espécie dominante. Esse trabalho teria sido maravilhoso para todos os seres se nós, humanos, não arruinássemos dia após dia aquilo que foi criado perfeito. E a capa enfoca isso; ali vemos guerras, crianças sofrendo com diversas pragas resultantes de governos corruptos e incapazes, armas, cidades poluídas nos sufocando por todos os lados. O dedo em riste significa uma chamada de atenção.

É aquele movimento espontâneo que usamos quando precisamos nos impor e nos manifestar de forma mais enérgica. Mas em meio às mazelas que cito nas letras e na capa, o dedo aponta para cima, indicando que é através da fé nos poderes do Céu que alcançaremos nossa restauração. E para reforçar essa crença no bem e no nosso potencial, eu coloquei ali na capa ícones históricos da humanidade que assumiram seus papéis de líderes. Mandela, Billy Graham, Malcolm X, Martin Luther King, Madre Teresa e Mahatma Gandhi foram pecadores como todos nós. Mesmo assim assumiram suas responsabilidades de controlar suas vidas e mudar suas realidades, e também de tantos outros. Deus é o todo-poderoso, autor da vida e do universo, mas não devemos nos enganar acreditando que Ele está nos controlando como marionetes. Quem faz isso são o pecado, o sistema e nossa ignorância. Portanto, de dedo em riste eu lhe digo: governe, com a mente de Cristo”, salienta.

Luo sempre tratou sua arte de um jeito diferente, com letras fortes e marcantes, além de usar o ritmo hip-hop como carrochefe, misturando rap, black music, R&B e pop. Dois lados então “metralharam” seu trabalho no início. Parte do movimento hip-hop, que se sentiu traída pela condenação de práticas como uso de drogas, álcool e sexo sem compromisso, julgou-o como sendo explorador da fé alheia; já os líderes evangélicos tradicionais não viam sua música como feita para Deus.

“Ser aceito e acolhido é muito bom. Ter carinho, apoio, receber abraços, cartas, orações, obter sustento espiritual e material é reconfortante. Só que não comecei com esse intuito, nem me mantenho na ativa só com essa intenção. Comecei impulsionado por sede de justiça, impelido pela vontade de difundir o amor de Deus e viver o sonho de ser rapper. Eu não sabia o que isso poderia me trazer de positivo. A verdade é que eu não faço para ser aceito, fazia e faço porque isso passou a ser a minha essência. Muitos dizem ‘esse é meu chamado’; só que podem estar fazendo por conveniência. Creio que mais do que aceito, eu sou necessário. Inovadores e visionários nunca somem da história”, afirma.

E com esse pensamento, este paulistano de 39 anos consolidou sua carreira em 1988 disposto a fugir do rótulo gospel e falando de Deus com facilidade, sem que precisasse de gravadora para impulsioná-lo. A única certeza de Luciano dos Santos Souza (nome de nascimento) é que viverá até seus últimos dias sem negociar sua fé. “Eu tenho a escolha de cantar sobre o que quiser e de trabalhar com o que quiser, mas escolhi usar o dom que recebi e o lapidar de forma que Jesus seja honrado e transmitido. Mas isso não quer dizer que eu deva me adaptar às normas do mercado gospel. Eu sou muito mais do que a cartilha da catequese gospel diz que sou. Eu sou a criatura pela qual Jesus chorou e se sacrificou. Meus valores e princípios não se resumem a normas de uma igreja mercenária e corrupta que abusa da fé das pessoas. Quem faz os cantores gospel famosos são os próprios líderes evangélicos ávidos por criar ídolos e lucrar com eles. Em seus púlpitos, rádios, TVs, eles dizem o que cantar, o que dizer, o que vestir, etc.

O povo por sua vez embarca nessa e compra milhões de discos, endoida pelos artistas, dá ofertas de R$ 100 nos cultos e em troca recebe um CD ‘ungido’. Eu não iludo ninguém, canto o que acredito, montei minha própria gravadora e desde sempre vendi tudo por um preço justo. Se ganho pouco ou muito, ganho sendo honesto comercial e intelectualmente. Não puxo saco de ninguém, não uso o termo gospel para dizer que minha música é de Deus e a dos outros é mundana. Essa separação é ridícula, podemos até mudar o nosso modo de viver, mas seja como for, continuaremos vivendo no mesmo mundo que todos os demais seres. Definir-se como evangélico hoje é praticamente negar a Cristo, pois muitas igrejas vêm fazendo tudo diferente do que Ele ordenou”, alfineta.

Confira o clipe “Rolê Da Consciência”

 

Serviço
Telefone: (11) 9.9173.2253/(11) 2335.3838
Site: www.pregadorluo.com.br

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