É notório o crescimento do segmento evangélico em nosso país. Cada vez mais em nossa sociedade percebemos o aumento da relevância dos evangélicos nas mais variadas áreas e segmentos. Pesquisas apontam que nos próximos anos, talvez décadas, a população evangélica represente metade dos brasileiros.
Assim como é perceptível essa mudança em nosso país, também são muito claras as inúmeras possibilidades que surgirão com o crescimento deste novo e representativo grupo social nos próximos anos.
A grande dúvida deste momento é se estamos ou estaremos preparados para atender a esta enorme demanda que a cada dia chega em nossas igrejas e mesmo no mercado gospel. Particularmente, não percebo em nosso mercado ou entre nossas lideranças eclesiásticas e denominações algum plano estratégico para lidar com este enorme afluxo de pessoas e consumidores.
Como atuo no mercado gospel por alguns anos, vou focar este texto justamente no aspecto do mercado religioso no Brasil. Será que os lojistas, editores, profissionais do mercado fonográfico e todos os envolvidos neste proeminente segmento estão aptos a estes novos desafios?
A resposta, em meu ponto de vista, é simples, clara e objetiva: não! Infelizmente, percebemos uma enorme incapacidade de planejamento em nosso meio. As decisões corporativas são recheadas de “achismos”, do mais profundo feeling e até mesmo de “direções sobrenaturais”, como se Deus fosse um consultor de Marketing permanente!
Somos um mercado carente de mão de obra especializada e capacitada. Em compensação, somos um oásis de líderes com “doutorado genérico em marketing-administração-informática-design-comunicação-vendas”, ou seja, temos pessoas atuando no mercado gospel, com enorme poder de decisão, sem que jamais tenham freqüentado os bancos de universidades ou mesmo de cursos técnicos.
Esta carência por profissionais capacitados com foco no mercado cristão de consumo e serviços está causando um enorme atraso em nosso meio. Quando um determinado profissional gabaritado muda de empresa no segmento gospel, a lacuna que é aberta dificilmente é preenchida na velocidade necessária.
O mercado cristão é uma seara de oportunidades e é cada vez mais observada pelas grandes corporações como algo promissor, mas não havendo profissionais de qualidade para adaptar à realidade da cultura gospel certamente estas empresas adiarão a entrada neste mercado, o que também irá prejudicar os consumidores, que cada vez mais querem tratamento, produtos e serviços diferenciados.
Se você é um jovem evangélico que está em busca de um norte em sua vida profissional, analise profundamente a possibilidade de ingressar neste mercado, que só tem a crescer em pouquíssimo tempo.