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sábado, 20 abril 2024

Polvos de crochê ajudam a ‘acolher’ bebês em UTI de Santa Maria, no DF

Bebês prematuros da UTI neonatal do Hospital de Santa Maria, no Distrito Federal, passaram a dividir espaço, na última semana, com polvos de crochê colocados dentro das incubadoras. Os bichinhos fazem parte de uma iniciativa “importada” da Dinamarca e, segundo a Secretaria de Saúde, têm efeito positivo comprovado na situação clínica dos recém-nascidos.

Os bonecos são feitos em fios 100% algodão, com oito tentáculos de 22 centímetros de comprimento. Maiores que as próprias crianças, os polvos envolvem os bebês, evitando acidentes e choques nas paredes da incubadora. A ação é gratuita e deve ser expandida para hospitais de Ceilândia e Taguatinga.

Segundo a gerente de enfermagem, Cintia Pelegrino, o projeto reúne servidores da Secretaria de Saúde e profissionais da empresa Intensicare que prestam serviço no hospital. Nesta quarta (29), os 18 leitos de UTI neonatal de Santa Maria estavam ocupados.

“Temos diversos perfis de bebês prematuros e os tentáculos do polvo se assemelham ao cordão umbilical da mãe. Com isso, eles se sentem protegidos. Os relatos são de melhora nos sinais vitais e ganho de peso mais rápido. Além disso, o polvo evita que eles puxem a sonda e tubos instalados”, diz a enfermeira, em material divulgado pelo governo.

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Para evitar qualquer problema de saúde aos bebês, os bichinhos de crochê precisam ser esterilizados a cada ciclo de 5 a 7 dias – ou antes, se houver necessidade. Quando os recém-nascidos receberem alta, poderão levar os polvos de estimação para casa.

A iniciativa foi implementada pela primeira vez em 2013 no Hospital Universitário de Aarhus, na Dinamarca. Em fevereiro deste ano, os voluntários do projeto Octo já faziam doações para 16 hospitais do país, e estudavam pedidos de implementação da ideia em outros 15 países.

Efeito positivo
Além da fofura, os polvos também geram efeito positivo no tratamento dos recém-nascidos. Segundo o neonatologista Marc Ruberto, o projeto tem embasamento científico – os tentáculos remetem ao cordão umbilical e reproduzem, de certa forma, o ambiente no interior do útero. “São bebês que ainda precisam de ventilação mecânica, uso de medicamentos e ainda estão em estado grave. Mesmo que ainda sejam muito pequenos, eles fazem a interação com o polvo, o que também reflete muito nas mães”, diz.

Os pontos de crochê e o modelo do polvo foram ensinados aos voluntários pela artesã voluntária Noeme dos Reis, que é mãe de um fisioterapeuta do hospital que também se envolveu no projeto. Além de passar a técnica adiante, ela mesma produziu oito bonecos para as incubadoras – cada um leva cerca de duas horas para ficar pronto.

Polvos de crochê ajudam a 'acolher' bebês em UTI de Santa Maria, no DF
Os bonecos são feitos em fios 100% algodão, com oito tentáculos de 22 centímetros de comprimento. A ação é gratuita e deve ser expandida para outros hospitais.

Além de capacitar servidores e terceirizados, o hospital pretende montar oficinas com as mães dos bebês prematuros – que, muitas vezes, passam horas a fio nos corredores para acompanhar o tratamento. Enquanto elas não podem segurar os próprios filhos no colo, a produção dos bichinhos para eles pode ajudar a estreitar os laços familiares.

A psicóloga Symone Gondim explica, ainda, que os polvos também podem ajudar na migração entre a UTI e o mundo externo. “A incubadora é a casa deles. Então, levando o polvo, um objeto conhecido que ele já tem vínculo, ajuda a se familiarizar com a nova casa, que é um ambiente estranho”, explica.

Interessados em contribuir com a doação de linhas, agulhas ou com mão de obra podem entrar em contato com o Hospital de Santa Maria pelos números 061 3369-6920 e 3392-6414. Para fabricar os polvos, é preciso seguir orientações de segurança e esterilização da Secretaria de Saúde.

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