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sexta-feira, 29 março 2024

Peça teatral “Pornô Gospel” satiriza pastores e cantores no Paraná

O pastor Jair Malagaia é o empresário da cantora gospel Nara Lira, dona de uma rede de lojas de produtos evangélicos. Eles decidiram lançar no mercado uma linha de produtos eróticos.

Vivendo na cidade de Paradise, onde em breve ocorrerá uma eleição municipal, o pastor entra em negociatas da política corrupta do Partido Missionário do Senhor. Esse é o enredo da peça teatral “Pornô Gospel”, em cartaz na cidade de Curitiba, no Paraná.
Segundo o material de divulgação, o espetáculo “não pretende criticar nenhuma religião, mas trazer à tona a reflexão sobre os direitos humanos na sociedade capitalista”.  Embora com claras referências a situações reais, afirmam que é apenas uma maneira de mostrar “pessoas que agem de acordo com seus instintos primitivos de sexualidade e poder”.
A repercussão foi bastante negativa na cidade. Vereadores evangélicos de Curitiba coletaram assinaturas para uma moção de repúdio. Para eles, a atração é uma ‘obscenidade mascarada’.
Peça teatral “Pornô Gospel” satiriza pastores e cantores no ParanáA idade mínima recomendável é de 16 anos e, ao contrário do que o título parece sugerir, não há cenas de sexo. Na verdade, a peça satiriza como líderes de igrejas utilizam a fé para tirar dinheiro dos fiéis ou conseguir promoção própria. O nome dos protagonistas são uma provocação ao pastor Silas Malafaia e à cantora Mara Lima.
O Conselho de Ministros Evangélicos do Paraná levou para a Justiça um pedido para proibir a continuidade do espetáculo, mas não conseguiu.
Em despacho, o juiz Marcos Vinícius da Rocha Loures Demchuk afirma que “não há propósito pejorativo, de ataque, ou crítica desproporcional à comunidade cristã”.  
Segundo o juiz, a peça “faz sátira sobre as relações sociopolíticas da atualidade” e não tem crítica ao grupo religioso.
O despacho também descarta o argumento de que o título da peça seja ofensivo. O juiz da 24ª Vara Cível de Curitiba afirma que a junção da palavra gospel com a palavra pornografia já existia e que não pretende criticar nenhuma religião, mas trazer à tona a reflexão sobre os direitos humanos na sociedade capitalista.
Segundo a advogada do grupo de teatro, Fabianne Candeo, venceram a liberdade de expressão e livre manifestação.
Peça teatral “Pornô Gospel” satiriza pastores e cantores no Paraná“O juiz indeferiu a liminar, porque na análise inicial ele não vislumbrou indícios que levassem a ridicularização da comunidade evangélica. O juiz entendeu que a junção das palavras pornô e gospel, apesar de causar estranheza, não têm parte pejorativa ou crítica desproporcional. A gente entende que estamos em um país com liberdade de expressão, de livre manifestação, em momento nenhum foi intenção dos produtores ou dos atores da peça ofender alguém. A peça é uma sátira às relações sociopolíticas da atualidade”, afirmou.
Pornô Gospel é uma comédia dirigida por Mariana Zanette. O espetáculo tem classificação indicativa para maiores de 16 anos.
A principal crítica da comunidade evangélica se refere ao nome, à imagem do cartaz e ao nome do partido político dos personagens. Além da ação na Justiça movida pelo Conselho de Ministros Evangélicos, parlamentares da Câmara de Vereadores de Curitiba e Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) se posicionaram contra a continuidade da peça.
Tanto os vereadores, quantos os deputados, devem votar esta semana que vem moções de repúdio, que na prática apenas registram a posição dos parlamentares, sem prejuízo para a continuidade da apresentação

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