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segunda-feira, 18 março 2024

Oração: conversa franca entre Pai e filho

Jesus nos ensina a ter uma vida de oração
As orações devem ser dirigidas exclusivamente a Deus e o coração deve estar livre de contendas

Sabe aquele momento de oração dentro do ônibus, indo para o trabalho ou antes de dormir?

Somos convocados por Paulo, na carta aos Tessalonicenses, a buscar por Deus em oração e sem cessar. “A oração é um momento de intimidade. Somos livres. Para falar com uma autoridade na terra, temos de marcar hora, mas podemos falar com Deus a todo instante”, diz Maria Derly, líder do Ministério de Oração da Primeira Igreja Batista de Vitória (ES). O que ela diz significa estar em estado constante de oração. Uma vida devocional.

Mas a realidade é que o cristão não sabe como orar, e Deus, em sua infinita sabedoria e misericórdia, enviou o elo de ligação do homem com o céu: o seu Espírito Santo. Nessa relação, o cristão entra com o coração quebrantado e zelo; Ele entra com o amor, a atenção. E é de forma maravilhosamente santa que Deus faz isso “(…) porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm. 8.26).

Existe, então, uma fórmula correta de orar? “Não existe uma maneira correta ou errada de orar. O ladrão da cruz não sabia como orar, mas foi respondido. É preciso entender que Deus quer sempre nos responder, mas sabe o que é melhor para nós. É só abrir o coração e ser sincero diante de Deus”, ensina o pastor Tiago Coelho, da Igreja Viva no Rio de Janeiro, autor do livro Orações não Respondidas, recentemente lançado pela MK Editora.

No livro, logo em sua introdução, o pastor Tiago desmistifica: “Deus não deseja viver escondido, dificultando a vida daquele que O procura. Nem tampouco tem prazer em ignorar as nossas petições. Muito menos é um pai ausente e distante, pouco se importando se estamos bem ou não. Deus deseja revelar-se, ser achado e encontrar quem O busca em comunhão íntima. O objetivo da oração é facilitar a vida, e não complicá-la”.

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Jesus orou

… em seu batismo

… antes de escolher os discípulos

… na última ceia com os discípulos

… no Getsêmani

… na cruz

Vencendo a barreira do pecado

“Moisés orou porque era incapaz de abrir o Mar Vermelho, não porque era capaz de abri-lo. Sansão orou não porque se sentia forte, mas porque estava fraco. Davi orou não porque era santo, mas porque sabia que era pecador. Salomão orou não porque era sábio, mas porque precisava de sabedoria. Pedro orou não porque estava andando sobre as águas, mas porque estava afundando. Paulo tornou-se um ícone do cristianismo não porque nunca fez nada errado, mas exatamente porque reconheceu suas limitações”, afirma o doutor Silmar Coelho no prefácio do livro Orações não Respondidas. Silmar é reconhecido conferencista sobre assuntos de família, doutor em Teologia, escritor e pai de Tiago Coelho.

Pastor Tiago afirma que o pecado “cria obstáculos à oração vitoriosa”. Isso não significa dizer que apenas os santos podem orar, mas que “a oração que funciona é precedida de confissão sincera e autêntica”. As barreiras criadas pelo pecado devem ser removidas antes da chegada ao trono do Pai. “Todos somos pecadores. Entretanto, pior do que ser pecador é não reconhecer que o é, ignorando os pecados ou cometendo-os sem nenhum arrependimento”, enfatiza Tiago.

“É comum encontrarmos irmãos lamentando por não serem ouvidos pelo Senhor, e dificilmente colherem frutos de suas orações. Onde está o erro? No Senhor Deus? De forma alguma”, diz o pastor Elias R. de Oliveira, do Ministério Vivos.

Elias ressalta alguns motivos pelos quais as orações podem não ser atendidas:

  • Os objetivos (“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” Tg 4.3);
  • Corações impuros, cheios de desejos carnais (“Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”. Sl 66.18);
  • Vida em pecado (“Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve”. Jo 9.31).

Mas, pecado confessado, pecado perdoado. “Não tenha receio de achegar-se a Deus. Nada pode nos separar do Seu amor”, diz pastor Tiago.

Maria Derly adiciona: “Desde que sejamos submissos e entregues a Deus, Ele nos ouvirá as orações. Ninguém pode afirmar o porquê de uma oração não ser respondida ou mesmo afirmar que a oração ‘não passou do teto’, pois só Deus sonda e conhece o nosso coração e a pureza ou não de nossas intenções”.

As orações devem ser dirigidas exclusivamente a Deus.O coração deve estar livre de contendas, conforme está dito em 1 Tm 2.8. E aceitar de forma tranqüila a vontade do Senhor é outra condição. O filho deve se submeter à vontade do Pai. Maria Derly lembra que até mesmo Jesus foi submisso em sua oração, quando disse:

“Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como Tu queres” (Mt 26:39)

Vigiar, orar, esperar e aceitar

O tempo do Senhor é diferente do tempo do homem. Ao homem cabe pedir com coração quebrantado, confiando nas promessas do Senhor. “Deus testa a nossa perseverança para ver se esperamos com paciência, por isso o salmista diz: ‘Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor’”, diz Maria Derly, destacando o Salmo 40.1.

“Porque Deus sabe o que é melhor para nós. Por muitas vezes as nossas orações não são respondidas do jeito que gostaríamos. Mas é preciso entender que Deus sabe o que é melhor para nós”, disse pastor Tiago. Ele acrescenta que a melhor forma de conviver com uma oração não respondida é “deixar esta determinada oração nas mãos de Deus. Entendendo que na hora certa Ele irá agir”.

Oração: como aroma agradável a Deus
  • Através do Espírito Santo (“Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo”. Jd 20);
  • Com o coração cheio de fé (“E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis”. Mt 21.22);
  • Em vida pura e contrita (“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa”. Hb 10.22);
  • Sendo sábio nas petições (“Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento” 1Co 14.15);
  • Com sinceridade (“Ouve, Senhor, a justiça; atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não é feita com lábios enganosos”. Sl 17.1);
  • Santidade (“Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contendas”. 1Tm 2.8);
  • Humildade (“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar”. 2Cr 7.14,15);
  • Incessantemente (“Orai sem cessar”. 1Ts 5.17);
  • Orar em qualquer lugar (“Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar”. 1Tm 2.8).

Fonte: Pastor Elias R. de Oliveira

Jesus orou pelos seus

Antes mesmo que muitos existissem Jesus orava por todos, Ele orou por todos os cristãos. Na passagem que está no Evangelho de Lucas 17.20, Cristo diz: “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim”. Toda a Bíblia é repleta de ensinamentos sobre a oração.

Entretanto, Cristo no sermão do monte, narrado em Mateus 6, deu inúmeros ensinamentos, muitos referentes a essa forma de comunicar-se com Deus. Ele mesmo se encarregou de ensinar que o cristão não precisa usar repetições, nem mesmo orar em público. A oração é um hábito. Não a repetição de mesmas palavras, mas os momentos de reflexão e encontro real com Deus através da conversa que é a oração.

Oração é alimento, deve ser dado às crianças desde pequeninas. “A Bíblia nos diz para ensinar a criança no caminho em que deve andar. Isso inclui ensinar-lhe desde pequena a agradecer”, ressalta Maria Derly, que é também coordenadora da Escola Bíblica Dominical de sua igreja.

Confessar, agradecer, adorar e pedir

O que falar com Deus? De qualquer forma, para o pastor Tiago é importante tomar cuidado com o que se pede em oração. “É um erro muito grande pensar que Deus não nos daria algo só porque sabe que não deveríamos ter esse algo. Vejo na Bíblia quando o povo queria Saul como rei. Deus sabia que Saul não seria o rei ideal, mas atendeu ao povo assim mesmo e deixou-os quebrarem a cara. Não devemos insistir naquilo que não é o melhor para nós. Cuidado, Deus pode atender mesmo sabendo que não é o melhor para você”, enfatiza o pastor.

Acima e antes de tudo, não se pode esquecer que oração é um conjunto de adoração, confissão, agradecimento e súplica. Oração ao Pai em nome de Jesus Cristo, interpretada pelo Espírito Santo. Uma das primeiras coisas que o cristão aprende é que precisa orar. Mas é necessário aprender também a viver e descansar no Senhor. As súplicas serão ouvidas e atendidas mediante a graça de Deus, não existe mérito pessoal. “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças”, conforme ensina o texto de Filipenses 4.6.

Pai Nosso

No Pai Nosso, Jesus dá preciosos ensinamentos:

  • Reconhecimento da soberania divina (Pai nosso, que estás nos céus,);
  • Reconhecimento da santidade divina (santificado seja o teu nome;);
  • Reconhecimento da vinda do Reino no presente e sua implantação no futuro (venha o teu reino;);
  • Submissão sincera à vontade divina (faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;)
  • Reconhecimento que Deus supre as nossas necessidades pessoais (o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;);
  • Disposição de perdoar para receber perdão (e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;);
  • Proteção contra a tentação e as ações malignas (e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal);
  • Desprendimento para adorar a Deus em sua glória (pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!).

Fonte: Site Casa da Bênção


A matéria acima é uma republicação da Revista Comunhão. Fatos, comentários e opiniões contidos no texto se referem à época em que a matéria foi escrita.

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