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terça-feira, 23 abril 2024

Conheça a trajetória do pastor Oliveira de Araújo

O pastor Oliveira de Araújo presidiu a Primeira Igreja Batista de Vitória por 24 anos e tornou-se emérito em 2016

Uma das maiores lideranças religiosas do Brasil, o pastor emérito da Primeira Igreja Batista de Vitória, Oliveira de Araújo, recebe homenagens por todo seu legado, trabalhos missionários e multiplicação do Evangelho.

Depois de quase uma década lutando pela vida, Pr. Oliveira morreu no último dia 3 de junho, aos 69 anos. Ele enfrentava um câncer e teve problemas pulmonares.

Oliveira deixa a esposa, Alzira Maria Bittencourt de Araújo, ministra de Música da igreja, três filhos (Raquel, Rebeca e Gunther), três netos (Pedro, Esther e Lucas) e uma nora (Flávia) e dois genros (Fillipe e Vinicius).

O culto de gratidão ocorreu no dia seguinte (4), no templo da igreja, que foi presidida por ele durante 24 anos. O enterro foi no cemitério Jardim da Paz, na Serra (ES). Muito querido, o líder ministerial foi homenageado por familiares, amigos e autoridades durante a cerimônia, conduzida pelo presidente da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo (CBB) e também titular da PIB de Vitória, Pr. Doronézio Pedro de Andrade.

O pastor da Igreja Batista da Mata da Praia (ES), Marcelo Aguiar, foi o responsável pela reflexão e trouxe uma mensagem que comparou o sacerdote a Enoque. “Para falar tudo o que o pastor Oliveira fez e o que ele representa, faltaria tempo. Por isso fui à Bíblia e encontrei em Gênesis 5:24: ‘Enoque andou com Deus e não se viu mais, porquanto Deus o tomou para Si’. Podemos substituir o nome de Enoque pelo do pastor Oliveira e perceberemos que a frase não perde o sentido. ‘Oliveira andou com Deus e não se viu mais, porquanto Deus o tomou para Si.’ Oliveira andou com Deus desde o dia de seu encontro com Cristo e disse ao Mestre: ‘Seguir-te-ei por onde quer que fores’. E Jesus lhe falou: ‘Eis que estou contigo todos os dias’. E ambos mantiveram a sua palavra. Ele andou com Deus e enquanto fazia isso abençoava vidas.”

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O reverendo presbiteriano Hernandes Dias Lopes também o homenageou. “O pastor Oliveira conquistou o meu coração logo na primeira vez que o vi. Queremos registrar publicamente nosso pleito de gratidão, carinho, respeito e admiração. Quero repetir a cena da morte do general Abner. Quando ele morreu, Davi disse: ‘Hoje, caiu em Israel um príncipe, um grande’. Oliveira é um príncipe, porque ele é filho do Rei, amigo do Rei, herdeiro do Rei, e porque ele está com o Rei. Na verdade, nós não o perdemos, pois a gente só perde uma pessoa quando não sabe onde ela está, e nós sabemos onde e com quem ele está. Ele está no céu com Jesus, melhor do que nós e de posse de sua herança, onde não tem dor, lágrimas e luto”, disse Hernandes.

Outro momento de muita emoção foi quando a esposa de Oliveira foi ao púlpito. “Obrigada por tanto carinho a todos nós. Agradeço a Gunther, Rebeca e Raquel, nossos filhos, que estão conosco o tempo todo. Agradeço também à Flavia, ao Fillipe e ao Vinícius – nora e genros respectivamente –, considerados como filhos de sangue. Espero caminhar com vocês até que a morte nos separe. Sou grata aos médicos que ajudaram Oliveira a chegar até aqui. Eles fizeram a parte deles, mas também aprenderam muito com Oliveira. Voltar para casa sozinha será muito difícil (choro)”, afirmou Alzira.

O corpo foi conduzido em cortejo de carro aberto pelo Corpo de Bombeiros. Chegando ao cemitério, o pastor Juarez Mendes, amigo próximo da família, dirigiu aos presentes uma palavra de conforto. No momento do sepultamento, houve o toque de silêncio por um integrante da Polícia Militar.

O governador Paulo Hartung decretou luto oficial de três dias no Governo do Estado. “Era um exemplo. Tinha o dom da palavra, da mobilização, e espalhava fé para todos, independentemente da religião. Foi importante na união de forças pelo combate ao crime organizado no Estado. Era uma pessoa que inspirava bons exemplos pelo seu caráter e pelos valores que cultivava. Vai fazer muita falta. Transmito aos familiares e amigos as mais sinceras condolências “, disse.

Luta pela vida

Em 2008, ele passou por um transplante de pulmão, cinco anos após ter sido descoberto que estava acometido por uma doença, chamada fibrose pulmonar idiopática, que pode ter sido adquirida durante trabalho missionário. O problema afetou a sua capacidade respiratória, comprometendo os dois pulmões. Realizado o transplante, gozou de um período de plena atividade. Mas, a partir de 2012, os cuidados médicos se intensificaram. Sua capacidade de trabalho foi diminuindo, precisando, a partir de 2014, entrar em licença das suas atividades eclesiásticas para melhor cuidar de sua saúde.

No dia 20 de março de 2016, após 24 anos à frente da PIB de Vitória e 41 de ministério, enviou carta à igreja, declinando de seu cargo. Em reconhecimento e como prova de gratidão, a PIB de Vitória o promoveu à condição de pastor emérito.

Histórico

Foi tão intensa e frutífera a carreira ministerial do pastor Oliveira de Araújo, que é impossível mensurar todo o trabalho realizado por ele enquanto exerceu diversas funções no meio cristão. Suas ações à frente de organizações da denominação Batista e seu envolvimento nas discussões das esferas seculares, relevantes tanto para a Igreja quanto para a sociedade civil, deixaram-lhe uma marca de identidade: a de uma liderança religiosa e social que transitava bem em todos os meios, para aconselhar, ensinar, liderar, presidir, evangelizar, mentorear ou simplesmente caminhar junto. Se precisasse de alguém com influência espiritual, pastor Oliveira era referência.

Um dos seus grandes desafios como liderança Batista, foi assumir a secretaria executiva da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira, órgão que coordena todo o trabalho missionário, social e evangelístico no país. Anos depois, foi eleito presidente da própria convenção, sediada no Rio de Janeiro, que reúne cerca de 1,5 milhão de batistas em todo o Brasil.

Na Convenção Batista do Espírito Santo, sua palavra tinha peso e era apreciada por todos os pastores que a presidiram. Eram frequentes seus conselhos e exortação ao povo Batista capixaba.

Muito convidado para atuar como conferencista em campanhas evangelísticas no Brasil e em outros países, Oliveira rodou todo o país pregando a Palavra, inclusive em tribos indígenas, passando grandes temporadas no Amazonas.

Mas, como homem consagrado por Deus, entendia que sua missão não passava somente pelo meio evangélico. Ele foi voz ativa no combate à corrupção e ao crime organizado no Estado. Era ouvido por lideranças sociais, governamentais e políticas.

Não é só o Espírito Santo que perde uma de suas principais lideranças religiosas. O Brasil e o mundo estão se despedindo de um homem de Deus, com sorriso simples e gestos acolhedores de quem nunca se negava a um abraço.

Parábola do Oliveira

“Meu amigo Oliveira de Araújo mudou de endereço e foi morar com o Pai Celestial. Tive o privilégio de servir na equipe pastoral da Primeira Igreja Batista de Vitória por sete anos ao lado do Oliveira.
É muito difícil para mim e para minha família escolher uma só palavra que represente nosso sentimento. A oliveira com seus frutos pode ilustrar um pouco do que foi a vida do Oliveira. Por isso, como forma de gratidão por sua vida, escrevo aqui uma paráfrase da oliveira para o Oliveira.
“Deus decidiu tornar o Oliveira uma oliveira que através dos seus frutos produziu unguento, combustível e azeite.
O óleo da oliveira serve como um unguento ou remédio que cura as feridas e pode agir profundamente na vida das pessoas. Numa outra configuração, o óleo da oliveira serve como combustível que pode mover diversas coisas. Mas a oliveira também produz seu azeite, que serve de alimento, dá sabor e dá saúde ao corpo.
Os frutos da vida do Oliveira também foram unguento, combustível e azeite. Durante toda a sua vida, o Oliveira derramou sobre a vida das pessoas sem esperança o óleo curador do Evangelho. Milhares de pessoas tiveram suas vidas curadas e ganharam uma nova perspectiva de vida porque conheceram o remédio da graça de Deus.
O Oliveira também foi combustível para milhares de outras vidas que foram desafiadas a se envolver com a missão de Deus. Ele foi um missionário que despertou outros para serem missionários, enviou missionários, e colocou combustível nesses corações para que fossem para o mundo cumprirem a missão de Jesus.
O Oliveira também produziu azeite que alimentou a vida de milhares de pessoas. Ele foi o pastor que estava ao lado das ovelhas nos momentos mais difíceis da vida, que ria, chorava e derramava seu próprio coração para alimentar outros corações e encorajá-los a continuar.
O Oliveira encerrou agora sua produção de frutos, mas como a oliveira que vive por mais de dois mil anos, os frutos que o Oliveira produziu no seu tempo aqui na terra vão se perpetuar por muitos anos. Cada pessoa que conheceu a Cristo através da sua pregação, cada missionário que foi despertado ou enviado através dos seus desafios e cada ovelha que foi pastoreada com o seu coração continuarão a produzir frutos. O Oliveira se transformou num olival, e a multiplicação dos seus frutos está apenas começando.”
Texto do pastor Josué Campanhã lido no culto de gratidão

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