As obras de implantação de redes de esgoto do Programa Águas Limpas, da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), além de proporcionar mais saúde e qualidade de vida para a população, vão ajudar o resgate histórico da cidade de Vitória. Desde que as obras começaram, vários materiais de diferentes épocas foram encontrados, como objetos metálicos, cerâmicas e lajes de pavimentação.
O trabalho de monitoramento arqueológico é realizado pela equipe formada pelos arquitetos Luciene Pessotti e Alfredo Henrique de Souza e pela arqueóloga Guadalupe Campos, com a fiscalização e aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A equipe realiza um treinamento com os operários que vão trabalhar nas áreas de potencial arqueológico identificadas, com orientações para evitar danos a possíveis vestígios e a prédios e monumentos históricos. Os técnicos também acompanham a abertura das valas.
Em Vitória, os trabalhos de monitoramento foram realizados no Centro e na Cidade Alta. Os objetos encontrados passam por uma triagem e serão datados. Em breve, os trabalhos serão iniciados em Jucutuquara, perto do Museu Solar Monjardim.
A equipe também acompanhou a execução das obras nas proximidades de prédios e monumentos tombados pelo governo federal ou estadual e edificações identificadas como de interesse histórico pela prefeitura da Capital, como a Catedral de Vitória, Igreja do Rosário, Palácio Anchieta e imóveis da rua Sete de Setembro.
De acordo com a arquiteta Luciene Pessotti, esse trabalho propicia o resgate da memória de Vitória. “Esses vestígios dão testemunho da história e retratam como as pessoas viviam em diferentes períodos históricos da Capital”, afirmou. Os objetos identificados com valor histórico farão parte de pesquisa sobre evolução urbana, desenvolvida pelo curso de pós graduação em Artes, da Universidade Federal do Espírito Santo.
O monitoramento arqueológico também será realizado na região da Prainha, em Vila Velha, local onde chegaram os navegadores portugueses em 1535.
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