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sexta-feira, 29 março 2024

O que o mundo não quer ouvir

Em janeiro deste ano, foi publicado nos Estados Unidos o livro “Battle Hymm of a Tiger Mother” (“Hino de Vitória da Mãe Tigre”), escrito por Amy Chua, uma americana, filha de chineses. Esse livro tem causado muita polêmica nos Estados Unidos, resultando, inclusive, em ameaças de morte a sua autora. Confesso que fiquei curioso e fui procurar saber o que ele tem de polêmico para causar tanta confusão. Fiquei frustrado, pois não vi nada de mais no livro que um pai ou uma mãe deveria fazer para ser chamado de tigre. Amy é casada com Jed Rubenfeld, que concordou que suas filhas, Sofia e Lulu, fossem educadas da forma que foram por sua mãe, desde que as crianças fossem também criadas como judias.

Com minha frustração no bolso, fui ao encalço da razão pela qual os americanos estão criando tanta polêmica com esse livro. Mais uma vez, sou obrigado a agradecer ao Google, porém, ao ler todos aqueles artigos e comentários, só aumentou minha frustração, pois não achei nada de novo neles, algo que pudesse surpreender os pais ou que pudesse revolucionar a forma como devemos criar nossos filhos. Não vi um único conselho ou uma única informação que destoasse daquilo que o bom senso nos diz que devemos fazer para educar os filhos ou mesmo algo diferente do que nossos avós já faziam 50 anos atrás. Em outras palavras, toda essa polêmica causada pelos “conselhos” que Amy Chua dá em seu livro é justamente porque o que ela fala é que a educação de nossos filhos deve voltar às “origens”, ou seja, ser uma educação à moda antiga, em que pais cuidavam de seus filhos e filhos obedeciam a seus pais.

Insisto: então por que esse livro está causando tanta polêmica? Simplesmente por causa das lições obvias e por bater de frente com o status quo da criação de filhos de nossos dias. Hoje, os pais não querem criar os filhos, apenas pô-los no mundo. Ela diz que os pais precisam voltar a cuidar dos filhos, ensinar o bom caminho e costumes a eles e que dar ordens ou tarefas para os filhos é salutar e faz os filhos crescerem. Ela diz que os filhos devem obedecer e respeitar seus pais, pois isso sempre vai redundar em benefícios para eles. Por fim, Amy incentiva os pais a serem “duros” com seus filhos, ou seja, como pai ou mãe, tem-se o direito de definir o que é melhor para seu filho, e não o filho decidir o que é melhor para seus pais. Ela usa exemplos da educação de suas filhas, como “obrigá-las” a estudar um instrumento musical e nunca tirar uma nota abaixo de 9, pois sofreriam castigos.

Na verdade, depois de ver tudo isso, minha frustração transformou-se em desespero, pois a educação ou a forma como educamos e cuidamos de nossos filhos nos últimos 50 anos mostra um desprezo muito grande por essa verdade. Nossas crianças têm sido alimentadas com “ventos”, e estamos colhendo tempestades. O que Amy está mostrando é que as “inovações” introduzidas nessa área só têm trazido desgraça e fraqueza para as novas gerações. Amy não é evangélica e não luta em favor da religião, mas fala com propriedade das coisas simples que o mundo não quer ouvir e dos princípios que Deus deixou para a humanidade, mas que o mundo não quer seguir. O silêncio e a conivência da igreja estão fazendo as “pedras” clamarem. O mundo era bem melhor quando os pais educavam os filhos.

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