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sexta-feira, 29 março 2024

O Glorioso mistério da encarnação…

 

Depois de afirmar a perfeita divindade de Jesus, o Verbo de Deus (João 1.1), o apóstolo João assevera Sua perfeita humanidade (João 1.14). Jesus é tanto Deus como Homem. É perfeitamente Deus e perfeitamente Homem. O Verbo que criou o mundo fez-se carne e veio morar entre os homens. Possui duas naturezas distintas. É Deus de Deus, luz de luz, coigual, coeterno e consubstancial com o Pai e ao mesmo tempo é verdadeiramente Homem. Três verdades devem ser destacadas acerca da encarnação do Verbo.

Em primeiro lugar, o Verbo assumiu a natureza humana. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós…” (João 1:14a). O “Verbo se fez” tem aqui um sentido muito especial. Não é um “se fez” ou “se tornou”, no sentido de ter cessado de ser o que era antes. Quando a mulher de Ló se tornou uma estátua de sal, ela deixou de ser a esposa dele. Mas, quando Ló se tornou pai de Moabe e Amom, ele permaneceu sendo Ló. Esse é também o caso aqui.

O Verbo se fez carne, mas permaneceu sendo o Verbo de Deus (João 1:1,18). A segunda Pessoa da Trindade assume a natureza humana sem deixar de lado a natureza divina. Nele as duas naturezas, divino-humana, estão presentes inconfundivelmente, imutavelmente, indivisivelmente e inseparavelmente. O fato de o Filho de Deus ter se esvaziado e assumido a forma humana é irreversível. Deus, o Filho, sem cessar por um momento de ser divino, uniu-se à plenitude da natureza humana e se tornou uma autêntica pessoa humana, exceto no pecado.

Vemos, portanto, a presença de Deus entre os homens. O Verbo eterno, pessoal, divino, autoexistente e Criador esvaziou-se de Sua glória, desceu até nós e vestiu pele humana. “A carne de Jesus Cristo tornou-se a nova localização da presença de Deus na terra. Jesus substituiu o antigo tabernáculo. Fez-se um de nós, tudo semelhante a nós, exceto no pecado. Eis aqui o grande mistério da encarnação!

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Em segundo lugar, o Verbo trouxe salvação para a raça humana. “… Cheio de graça e de verdade…” (João 1.14b).

Jesus manifestou-se cheio de graça e de verdade. Esses dois grandes conceitos, graça e verdade, não podem estar separados. Em Cristo eles estão em plena harmonia. Graça é um dom completamente imerecido. Algo que jamais poderíamos ter alcançado por nosso próprio esforço. O fato de Jesus ter vindo ao mundo para morrer na cruz pelos pecadores está para além de qualquer merecimento humano. Isso é graça. Jesus é também a Verdade. Nele se cumpriram todas as profecias.

Dele falaram os patriarcas e profetas. Para Ele apontavam todos os sacrifícios e festas. Ele é a essência do culto e a plena revelação divina. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria.

Em terceiro lugar, o Verbo veio revelar a glória do Pai. “… e vimos a Sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.14c). Em Jesus vemos a glória de Deus sobre os homens. Jesus é a exata expressão do ser de Deus.

Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Ele é a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas. Ele é semelhante ao Pai. Tem a mesma substância. Os mesmos atributos. Realiza as mesmas obras. Jesus é a exegese de Deus. Quem O vê também vê o Pai, pois Ele e o Pai são um. A glória vista no Verbo encarnado foi a mesma glória revelada a Moisés quando o nome de Javé soou em seus ouvidos; porém, agora, esta glória foi manifestada na terra em uma vida humana. Ele veio cheio de graça e de verdade. Ele veio para trazer a glória plena de Deus entre os homens. Distinto do Pai, mas da mesma natureza do Pai, veio para nos revelar o Pai, em toda a Sua glória e majestade e nos conduzir de volta aos braços do Pai.

Esse é o glorioso mistério da encarnação!

Hernandes Dias Lopes é bacharel em Teologia pelo Seminário do Sul, Campinas/SP e doutor em Ministério pelo Reformed Theological Seminary de Jackson, no Missisipi, Estados Unidos. Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória desde 1985, conferencista e escritor, com mais de 70 livros publicados

 

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