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terça-feira, 19 março 2024

O belo de Deus na arte

A beleza importa. Fomos projetados para o belo. A humanidade foi inserida no cosmo, na beleza equilibrada, na perfeição da lógica, no equilíbrio das cores.

A obra de Deus se manifesta na mais perfeita ordem naquilo que nos é visível. Deus se manifestou a cada um de nós, primeiramente em sua criação, e especialmente em Cristo. Nisto tudo a presença do belo. Dito isto, precisamos prestar atenção no que veio então de nós através da cultura e da arte. A própria palavra cultura é resíduo de nossas mãos. Deus nos deu um mandato. Este mandamento “dado às mãos” era para que cuidássemos e continuássemos a harmonia de Deus na terra que nos fora dada.

O ser humano então, intrinsecamente produz cultura. Manifesta-se esteticamente. Nas letras, nas artes, nas ciências diversas. Tudo que fazemos traduz então a marca de Deus em nós. O próprio fazer já é um impulso divino. Sabemos da história por completo.  Fomos maculados e com o pecado a morte em todos seus derivados. Morte nos relacionamentos, na cultura, nas artes. Nossa manifestação deixa então o belo ser atingido pela feiura, pelo grotesco, pela queda.

Não me refiro ao pintar aquilo que é desagradável, retratar a guerra ou escrever as desgraças da vida. Falo da arte sem sentido e de mau gosto. Das performances non-sense que nada dizem e das telas em branco que estão mais preocupadas com pegadinhas estéticas do que com o fazer do artista. O belo morre, pois não se vê Deus nas artes.É fácil perceber. A feiura progride e avança. A estética não traz equilíbrio e cosmo. Agora traz ruptura e caos. No afã de sermos pós-modernos, deixamos de lado o fazer e a técnica, o cálculo e o belo, para colocarmos nosso pensamento revolucionário também nas artes.

Tudo que fazemos traduz a marca de Deus em nós. O próprio fazer já é um impulso divino

Em Deus, vivemos, nos movemos e existimos, diz Paulo no areópago. Faz de seu discurso um fazer estético, uma apresentação de arte em um discurso para os gregos ouvirem como ouviam suas odes, a Diana. Nossas manifestações precisam estar n’Ele.

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Roger Scruton é claro ao falar: “Então, no século XX, a beleza deixou de ser importante. A arte, gradativamente, se focou em perturbar e quebrar tabus morais. Não era beleza, mas originalidade, atingida por quaisquer meios e a qualquer custo moral, que ganhava os prêmios. Não somente a arte fez um culto à feiura, como a arquitetura se tornou desalmada e estéril. E não foi somente o nosso entorno físico que se tornou feio: nossa linguagem, música e maneiras, estão ficando cada vez mais rudes, autocentradas e ofensivas, como se a beleza e o bom gosto não tivessem lugar em nossas vidas”.

Temos de religar a arte. Não uma arte religiosa, sacra e idólatra, mas uma arte que fale aos homens aquilo que Deus é

A humanidade perde a ligação com o divino e, na necessidade da religião, passa ao longo da história produzindo sua arte sem perceber que a cada dia se afastava de Deus, ao mesmo tempo que o Homem Vitruviano tomava o trono.

Temos de religar a arte. Não uma arte religiosa, sacra e idólatra, mas uma arte que, sem intenção, fale aos homens aquilo que Deus é. Beleza, equilíbrio, cosmo em meio ao nosso caos. Precisamos urgente buscar uma arte que mostre a natureza de Deus e a dádiva dos dons aos homens.

O labor do tabernáculo e cada detalhe dedicado a Deus mostra que há intenção na manifestação artística. Precisamos do adorno, da boa música, do fazer artístico manifesto na gastronomia. Sobra-nos caos, falta-nos cosmo. Precisamos da beleza de Deus.


Bruno Barroso. Pastor presbiteriano, ministro de crianças e juniores na Oitava Igreja presbiteriana de Belo Horizonte. Bacharel em Artes Plásticas, bacharel em Teologia e pós graduado em Sociologia.

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