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sexta-feira, 19 abril 2024

Na Estrada com Felipão

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“Conquistei praticamente tudo o que sonhava, mas o sucesso não compensou a vida de destruição” - Foto: Reprodução

“Conquistei praticamente tudo o que sonhava, mas o sucesso não compensou a vida de destruição”

Viver da música foi a forma escolhida por Felipão para sustentar a família, que tinha dificuldades financeiras, e uma maneira de realizar os muitos sonhos que pairavam na cabeça de um jovem de 16 anos. Junto com os irmãos, ele fundou a banda Felipão e o Forró Moral, um grupo que percorreu o Norte e o Nordeste do país com muito sucesso e fama. “Quando eu era mais novo, pensava que, quando ficasse rico e famoso, seria feliz. Ter dinheiro e posses era, para mim, a imagem da felicidade. Com a banda, o sucesso chegou, e eu pensava que estava no caminho certo. Mas não… Eu tinha tudo. E, quando digo ‘tudo’, é tudo mesmo. Mas eu não entendia por que ainda me sentia triste e vazio. No momento em que eu estava no palco, tudo era alegria para mim, mas, quando eu descia, aquela alegria não me acompanhava. Comecei a ficar deprimido, e meu escape foi o álcool”, conta.

Foram 10 anos cantando no mercado secular, e esse paraibano de nascimento, atualmente morador de Fortaleza, capital do Ceará, tinha o sucesso cada vez mais crescente e, com ele, o mergulho na bebida era cada vez mais profundo. A família, que tinha se unido em banda, começou a se desintegrar. “Os conflitos em minha vida foram muito grandes. Conquistei praticamente tudo o que sonhava, mas o sucesso não compensou a vida de destruição que vivi. Busquei durante muito tempo refúgio na bebida, até que um dia entreguei os pontos. Já não suportava mais. Pedi a Deus que mudasse minha vida, pois trocaria tudo que conquistei pela felicidade verdadeira. Queria muito encontrá-la. Era um pesadelo! Até que o dia do basta chegou. Eu estava em um hotel, saindo da ressaca de mais um porre. Não aguentando mais aquilo, ajoelhei e pedi a Deus: ‘Se o Senhor mudar a minha vida e me tirar desse lixo em que me encontro, nunca mais coloco uma gota de álcool na boca’. E assim foi…”, relembra.

Um amigo convidou Felipão a visitar uma igreja em março de 2008. “Naquele dia fomos pegos por Jesus”, ressalta. E os problemas começaram. A família não aceitava sua saída da banda, o que provocou um afastamento durante seis meses sem trocar uma palavra, além de ser obrigado a cumprir um contrato de dois anos com o empresário. “Imagine cantar coisas mundanas, quando o mundo não está mais em você! Foi um período duro, mas vi que nada daquilo me pertencia mais, nem tinha qualquer valor para mim. Passei a ter pavor de forró, não gostava nem de ouvir esse nome”, conta aos risos. Frequentando a igreja, os amigos e irmãos em Cristo começaram a cobrar que voltasse a cantar, mas dessa vez louvando a Deus. Ele aceitou, mas o forró passou longe do álbum “Novo Tempo”. “Foi um disco bem adoração e que falava da minha novidade de vida. Foi quando Deus falou claramente que me queria cantando forró novamente, porque ganharia muitas almas com esse tipo de louvor”, resume.

Toda a rejeição pelo ritmo caiu por terra naquele momento, e o cantor consagrou, reuniu os compositores, separou algumas músicas e, assim, nasceu o CD “É Desse Jeito”, o primeiro álbum distribuído pela Graça Music, gravadora com o qual tem contrato até hoje. “Quando Deus quer, tudo dá certo, só isso explica minha chegada à gravadora. Encontrei por acaso com o Felippe Valadão (esposo da cantora Mariana Valadão) na ExpoCristã, e ele me puxou pro estande da Graça Music. Ficamos conversando por alguns minutos, e ele me apresentou a Andréa Rocha, gerente geral da gravadora. Nossa conversa fluiu, deixei um CD com ela e voltei para Fortaleza, sem nenhuma expectativa, com o coração no Senhor. Dois meses depois, eu estava assinando contrato com a gravadora. Foi de Deus! Demais!”, relembra.

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Produzido por Wagner Bezerra e Amedício Jr., o CD “É Desse Jeito” chegou com 14 faixas, com duas participações especiais: a de Thalles, cantando na praia forrozeira de Felipão a música “Deus da MinhaVida”, e Charlys da Rocinha, na faixa “Levante a Cabeça”. O projeto gráfico e as fotos ficaram a cargo do designer carioca Alex Mendes. No final do ano passado, Felipão lançou o segundo CD pela Graça, “Abençoado”, com canções mais modernas e uma “pegada” de sertanejo universitário em 13 músicas escolhidas a dedo, depois de muitos processos de audição junto com a gravadora. “O disco demorou bastante tempo para ser concebido. Foram quase dois anos recebendo músicas de compositores de todo o Brasil. Não foi fácil o fechamento dessas canções. Tinha muita coisa boa, e foi preciso chegar a um acordo”, ressaltou. Depois desse processo, Felipão disse que, como diretor musical, tinha um grande desejo no coração de chamar alguém com novas ideias, produção, arranjos e mais ousadia para trabalhar o álbum.

“A Graça Music aceitou a ideia e convidamos o produtor Rodrigo Camarão, que veio dar muita versatilidade ao disco junto com a produção de Wagner Bezerra. Conseguimos manter o nosso estilo e ao mesmo tempo acredito que demos um grande upgrade nos arranjos. O trabalho ficou muito moderno, alegre, com muito balanço e uma boa mensagem”, destaca. O destaque de “Abençoado” é “Ele é Quem Faz”, primeira música a ser executada nas rádios. “Eu Tenho a Marca do Senhor em Mim” e “És Lindo” são assinadas pelo próprio Felipão e retratam experiências pessoais com Deus. “A música ‘És Lindo’ nasceu em um momento de oração, gratidão a Deus e confiança por termos um Pai tão maravilhoso, que cuida de nós nos mínimos detalhes. Já a ‘Eu Tenho a Marca do Senhor em Mim’ traz uma mensagem forte, que remete ao início do meu ministério, quando passei por muitas lutas e aflições”, destaca.

Esta matéria foi publicada originalmente em 4 de Fevereiro de 2015, no portal da Revista Comunhão. As pessoas ouvidas e/ou citadas podem não estar mais nas situações, cargos e instituições que ocupavam na época, assim como suas opiniões e os fatos narrados referem-se às circunstâncias e ao contexto de então.

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