Recomendação faz parte do documento “O Brasil para os brasileiros”. Parlamentares criticam “uso político-partidário” das salas de aula.
A Frente Parlamentar Evangélica divulgou um manifesto com propostas e prioridades para os próximos anos no Congresso. Entre os principais pontos, estão o combate à “ideologia de gênero” na escola.
O documento intitulado “O Brasil para os Brasileiros” foi lançado no dia 24 de outubro e tem 60 páginas. São propostas da frente evangélica para quatro grandes temas da administração pública: modernização do Estado, segurança jurídica, segurança fiscal e “revolução na educação”.
O manifesto condena o “uso político-partidário das escolas e universidades públicas”, que, segundo os parlamentares, “se tornaram instrumentos ideológicos que preparam os jovens para a Revolução Comunista, para a ditadura totalitária a exemplo da União Soviética e demais regimes sanguinários”.
O documento propõe “valorizar e incentivar o mérito em todo o sistema educacional nacional”. E faz críticas à ideologia de gênero, que “desvia a escola das suas atribuições normais e investe na subversão de todos os valores e princípios da civilização”.
“Será necessária uma campanha ininterrupta de combate à sexualização e erotização das crianças e adolescentes em todo o Brasil, utilizando-se todos os meios possíveis, e punindo severamente todos que atentarem contra a inocência infantil”, diz o documento.
A defesa da Escola sem Partido e o combate às discussões de gênero também foram bandeiras de Bolsonaro. O líder da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Hidezaku Takayama (PSC), foi procurado pelo Estado, mas não respondeu.
A psicóloga Marisa Lobo, que é uma das referências no meio cristão, comentou o assunto. Segundo ela, o tema tem sido usado politicamente por muitos oportunistas, já que o assunto é preocupante. Mas o documento é importante.
“Creio que estamos vivendo um momento crucial no Brasil e temos que aproveitar a janela de oportunidades que se abriu, e temos que enfrentar a crise moral que estamos vivendo, e a ideologia de gênero é uma delas”, destacou.
*Com informações do Estadão
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