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sábado, 20 abril 2024

Lista da Odebrecht dever ser enviada hoje ao STF

PF
Foto: Reprodução

Sérgio Moro deve enviar nesta segunda-feira (28) ao Supremo a lista de pagamentos que teriam sido feitos a cerca de 200 políticos.

O Supremo Tribunal Federal (STF deve receber nesta segunda-feira (28) a lista de pagamentos que supostamente teriam sido feitos a cerca de 200 políticos. A lista que será enviada pelo juiz federal Sérgio Moro, foi apreendida em uma busca da Polícia Federal na casa de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, um dos executivos da Odebrecht, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, conhecida como Acarajé, deflagrada no mês passado.

Em despacho na última sexta-feira (25), no qual libertou nove presos temporários na 26ª fase da Operação Lava Jato, identificada como Operação Xepa, o juiz disse que ainda não é possível avaliar a legalidade dos pagamentos, sendo que a Odebrecht é uma das maiores doadoras para campanhas políticas. “Os pagamentos retratados nas planilhas encontradas na residência do executivo Benedi­cto Barbosa podem ser doações eleitorais lícitas ou mesmo pagamentos que não tenham se efetivado”. afirmou Moro. “A cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Supremo Tribunal Federal”.

Na última quarta-feira (23), Moro colocou em segredo de Justiça a lista de pagamentos. A medida foi tomada pelo juiz após a relação ter sido anexada ao processo sobre as investigações da Lava Jato e divulgada pela imprensa.  De acordo com análise preliminar feita por Moro, a lista envolve pagamentos a pessoas com foro por prerrogativa de função, como deputados e senadores, e, portanto, deve ser remetida ao Supremo, instância responsável por esses processos.

Nova delação
A publicitária Danielle Fonteles, dona da agência de comunicação Pepper Interativa, fechou colaboração premiada com a Procuradoria­ Geral da República na Operação Acrônimo, que apura suspeita de um esquema de desvio de dinheiro público para campanhas políticas do PT. A empresa, que produz conteúdo para a internet, começou a trabalhar para o partido em 2010 e atuou ainda mais na campanha que elegeu Dilma Rousseff. 

Danielle acertou com os investigadores implicar o governador Fernando Pimentel (PT­/MG) e Benedito Rodrigues Oliveira Neto, o Bené, empresário e amigo do petista. Os dois já estão sendo investigados. Há ainda a expectativa de que as revelações devem alcançar a campanha da presidente. A suspeita é de que a Pepper tenha sido utilizada para repassar dinheiro dos cofres públicos e de campanhas eleitorais para políticos e agentes públicos e, portanto, poderia explicar o uso de dinheiro em campanhas do PT desembolsado por empreiteiras acusadas de participação no cartel que atuou no esquema de corrupção da Petrobras, como a Andrade Gutierrez e a OAS.

Gestores da Andrade Gutierrez contaram aos investigadores da Lava Jato ter pago R$ 6 milhões à Pepper em 2010, por meio de contrato fictício. A OAS também indicou que estaria disposta a falar sobre o pagamento de dívidas da campanha de Dilma de 2010 para a Pepper, quando foram pagos R$ 717 mil. A agência cuidava da imagem de Dilma no Facebook, entre outros serviços.

Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou que a empresa movimentou recursos considerados suspeitos do PT. A dona da Pepper vinha resistindo a fechar delação, mas com o avanço das investigações Danielle acabou cedendo. A colaboração terá que ser confirmada pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Herman Benjamin, relator da Acrônimo. 

A Operação Acrônimo foi deflagrada em 2015 e apura irregularidades no financiamento e na prestação de contas da campanha de Pimentel ao ao Palácio da Liberdade, em 2014, e eventual favorecimento a empresas com empréstimos do BNDES, subordinado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pasta que foi comandada pelo governador. Segundo a Folha apurou, foram encontrados indícios de que Danielle recebeu comissões para intermediar demandas de empresas africanas junto a Pimentel. Foi encontrado um contrato de US$ 1,3 milhão da Pepper com uma empresa do Congo, a Asperbras, que era representada por um brasileiro, também alvo da operação.

A Pepper entrou na mira da Acrônimo porque há suspeitas de que a mulher de Pimentel, Carolina de Oliveira, seria sócia oculta da empresa e receberia comissões por meio dela. A Pepper teria repassado para a empresa dela pelo menos R$ 230 mil. Em fevereiro, o STJ autorizou a Polícia Federal a interrogar Pimentel e a
indiciá-­lo, caso ache pertinente.

Foto: Agência Brasil

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