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sábado, 20 abril 2024

Lama deve chegar a Baixo Guandu ainda hoje

Captação de água do Rio Doce foi suspensa na cidade na manhã desta segunda-feira

Nova previsão do Serviço Geológico do Brasil é de que a lama de rejeitos poderá atingir Baixo Guandu ainda nesta segunda-feira (16). 

A velocidade de deslocamento da onda de rejeitos do rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, que invadiu o Rio Doce e vem descendo em direção aos municípios capixabas de Baixo Guandu, Colatina e Linhares, tem mudado com frequência. Isso porque, a passagem desses rejeitos pelos reservatórios das usinas hidroelétricas existentes no percurso altera a velocidade da massa de lama.

Assim, a lama que estava prevista para chegar ao Espírito Santo neste final de semana, depois numa previsão para que atingisse o Estado somente após esta segunda-feira (16), agora poderá, de acordo com a última previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), atingir Baixo Guandu nas próximas horas. A previsão de quando os rejeitos deverão atingir Colatina e Linhares também poderá mudar. Inicialmente, o anúncio era de que chegaria a Colatina após terça-feira (17); e , em Linhares, última cidade a ser afetada pela onda de lama antes de chegar ao oceano Atlântico, os rejeitos estavam previstos para chegar depois de quinta-feira (19).

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Suspensão no abastecimento
Com a proximidade da chegada da lama, a captação de água do Rio Doce foi suspensa em Baixo Guandu na manhã desta segunda-feira (16). “Nós já cancelamos a captação de água do Rio Doce e já ligamos a captação do Rio Guandu. Vamos aguardar agora as próximas cenas”, afirmou o prefeito Neto Barros.
O prefeito informou que o problema do abastecimento da sede da cidade está resolvido. Já o bairro Mascarenhas, por ter captação e abastecimento próprios, será abastecido com carro-pipa.

Reunião
Na manhã de hoje, foi realizada uma reunião com a participação do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, do governador Paulo Hartung, do general Fernando Azevedo (comandante militar do Leste) do Exército, do vice-governador César Colnago, dos secretários estaduais de Meio Ambiente, Rodrigo Júdice, de Saneamento e Desenvolvimento Urbano, João Coser; e de Segurança Pública, André Garcia. Após a reunião, Paulo Hartung reiterou que a integração entre os governos federal, estadual e municipais e otimizou as medidas preventivas a fim de minimizar os sérios impactos que vem sendo vivenciados por dezenas de municípios mineiros nas últimas duas semanas.

O governador foi questionado se a estrutura atual é capaz de evitar que Baixo Guandu e Colatina enfrentem o mesmo caos de abastecimento de água que persistiu por sete dias em Governador Valadares, cidade em que garrafões de cinco litros, cujo preço normal é de no máximo R$ 8,00, estavam sendo vendidos a R$ 35,00 e ainda assim logo se esgotaram. O governador explicou que, além dos carros-pipas, dos poços e das caixas d’água, se a situação se agravar, existe a possibilidade de captação de água nas lagoas do Limão e Batista, em Colatina.

Hartung enfatizou que a captação no Rio Doce continua normalizada, com as análises de água sendo feitas diariamente, e que os poços profundos começaram a ser perfurados neste domingo (15), bem próximos aos locais em que hoje é feita a captação de água, a fim de aproveitar a estrutura já existente e facilitar a logística da distribuição.

A transferência de peixes do Rio Doce para lagoas da própria bacia hidrográfica, visando à preservação da fauna local, também continua em andamento, na chamada Operação Arca de Noé, que envolve o trabalho de Organizações Não Governamentais e também de pescadores da região. Hartung informou que foi atendido pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que designou reforços ao quadro de profissionais do Ibama no Espirito Santo. O governador reafirmou ainda que, passados os momentos emergenciais provocados pela onda de lama, os governos de Minas Gerais e Espírito Santo irão avaliar os danos sociais e ambientais e buscar as soluções necessárias. “Um grupo de secretários e das nossas forças policiais se deslocaram nesta segunda-feira a Colatina para auxiliar no trabalho de planejamento de distribuição de água à população. Esse apoio do governo federal, do Exército e também da Marinha – que solicitei no fim de semana – é essencial para um trabalho coordenado e integrado para enfrentar esse desastre ambiental”, destacou.

Após o governador reiterar as ações preventivas adotadas no Espírito Santo, o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi garantiu que não faltará água em Colatina e Baixo Guandu, destacou que a ênfase dos trabalhos agora em Minas Gerais está no atendimento às pessoas e na localização dos desaparecidos, e reiterou que passadas as emergências haverá todo o empenho da União para cobrar ações que permitam a recuperação da fauna e da flora do Rio Doce.

Ao ser questionado se o risco de rompimento da barragem de Germano estaria descartado e também sobre a necessidade de melhoria na fiscalização federal nas barragens brasileiras, o ministro foi infeliz nas respostas. “Olha, as informações e os laudos que a própria Samarco tem divulgado, e isso é uma responsabilidade deles, diz que a barragem está estável. Então, nós estamos acreditando que é possível não haver risco nenhum. Mas é claro que toda obra, em qualquer situação, seja ela a construção de residência simples ou de uma barragem, toda ela tem risco de ter esse tipo de problema. O monitoramento tem sido constante e a Samarco tem informado isso pra nós: que há estabilidade na terceira barragem”, respondeu ao questionamento sobre o risco de rompimento da barragem de Germano.

Quanto à provável interrupção das atividades dos pescadores com a chegada da onda de lama, o ministro destacou que a Samarco tem dado todas as respostas exigidas pela autoridades, mas que cabe aos prefeitos realizarem um levantamento dos profissionais que tiverem sua rotina de trabalho impossibilitada pela lama de rejeitos, afim de que possam cobrar um indenização da mineradora. E Gilberto Occhi finalizou sua participação na coletiva reiterando que a melhor notícia que tinha para dar na manhã desta segunda-feira, terceira vez que vem ao estado nos últimos seis dias, era a retomada da captação de água no Rio Doce para tratamento e abastecimento de Governador Valadares.

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