A lama das barragens da Samarco em Mariana, Minas Gerais, continua no município de Governador Valadares e tem previsão de chegar ao Estado este final de semana.
A situação na cidade mineira tem sido de calamidade com grande dificuldade para conseguir água para o consumo das famílias. A situação está tão crítica que o pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular de Governador Valadares, Flamarion Rolando, publicou um vídeo nas redes sociais pedindo ajuda a todos os municípios do Brasil para que enviem água mineral para que seja distribuída à população.
Um galão de água na cidade já está custando R$ 35,00 e tem sido necessário o controle da polícia no momento em que há distribuição através de carros-pipas.
No Espírito Santo, ontem (12/11), a presidente Dilma Rousseff garantiu que o Governo Federal, juntamente com o Governo do Estado e prefeituras, fará o possível para que os impactos sejam reduzidos para a população através da construção de adutoras de engate rápido com captação de água das lagoas para abastecer a população, além dos carros-pipas que estão sendo encaminhados de outras cidades para contribuir com as cidades que terão o abastecimento interrompido que são Baixo Guandu e Colatina. Cisternas da Fortlev serão distribuídas para captação de água da chuva nos locais onde o abastecimento for interrompido.
“A nossa preocupação inicial foi em auxiliar o governo de Minas Gerais na busca por sobreviventes e depois pelos corpos das vítimas. O Corpo de Bombeiros continua com as buscas e agora tivemos mais condições de avaliar o que está acontecendo ao longo do Rio e constatamos que esse é um dos desastres mais graves que o país já sofreu considerando o impacto para a sociedade, o meio ambiente e a economia”, ressaltou a presidente.
Antes de passar por Colatina, a esteve em Mariana e Governador Valadares para avaliar os estragos que o rompimento das barragens causou e informou que o Ibama multará a mineradora Samarco em R$ 250 milhões inicialmente.
“Essa é a multa preliminar por dano ambiental e comprometimento da bacia hidrográfica, dano ao patrimônio público e pela interrupção da energia elétrica”, afirmou.
De acordo com a presidente, os dois estados atingidos poderão pedir ressarcimento à mineradora. Até o momento já são seis mortos, 21 desaparecidos e mais de 600 desabrigados por conta do rompimento das barragens de Santarém e do Fundão.
Durante a coletiva de imprensa, a presidente falou também sobre a possibilidade de tentar reduzir o impacto no Espírito Santo enquanto os rejeitos estão em Minas Gerais, mas que a chuva seria essencial para fazer com que a lama se dissipasse mais fácil.
Ela afirmou ainda que o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, estará no Espírito Santo durante o tempo da passagem da lama para fornecer todo o apoio necessário ao Governo do Estado e prefeituras, e que o Exército também será convocado para ajudar a população.
Fotos: Leonardo Merçon – Últimos Refúgios
