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quarta-feira, 24 abril 2024

Josué Campanhã: tenha uma vida saudável aprendendo a planejá-la

Pastor, escritor e professor, Josué Campanhã é expert em liderança e planejamento. Seu sucesso pode ser medido pela importância dos cargos em que ele vem atuando nos últimos 25 anos. Josué foi diretor de diversas organizações de desenvolvimento de líderes no país e atualmente ocupa o cargo de diretor executivo da missão Sepal no Brasil. A facilidade com que o consultor se comunica, seja em palestras – Campanhã já percorreu mais de 15 países -, no púlpito ou mesmo em entrevistas, é dom divino, mas o conhecimento profundo destes temas vem graças à sua formação em Administração de empresas, Teologia e mestrado em Liderança. Parte desse know how está publicado em nove livros que são, na verdade, verdadeiros manuais. Nesta entrevista exclusiva ele dá algumas dicas fundamentais para uma vida saudável do ponto de vista profissional, pessoal e até eclesiástico. Leia com atenção e aprenda a planejar sua vida.

Como planejar um 2012 saudável do ponto de vista estratégico?
Bem, você usa duas palavras chaves na pergunta: saudável e estratégico. Utilizando estas duas palavras eu diria que para ter uma vida saudável, uma pessoa precisa trabalhar com folga. Trabalhar muito é um mal que aflige as pessoas em todas as cidades, mas isto não é saudável e interfere em todas as outras áreas da vida. Para uma vida saudável é preciso equilíbrio entre vida e trabalho. Eu vivo a mesma luta, mas tenho conseguido mudar isto através de duas coisas: dizer “não” e delegar. Para todas as coisas que não fazem parte do meu foco, minha resposta é “não”. Para todas as coisas que tenho responsabilidade, mas que posso delegar, delego. Isto é saudável. Do ponto de vista do que é estratégico, sugiro que qualquer pessoa deve iniciar o ano pensando em como vai realizar um pouco mais da sua missão de vida. Cada ano é apenas um pedaço da realização de um projeto de vida.

Como a vida dos pontos de vista familiar, profissional e individual pode ser planejada de forma a não desequilibrar nenhum aspecto em detrimento de outros?
Mais ou menos como se divide um bolo. Se você tem cinco filhos e dá um pedaço maior de bolo para um ou dois, terá que dar um pedaço menor para os demais ou até corre o risco de faltar um pedaço no final. Se alguém quer trabalhar 14 horas por dia, sobrará pouco tempo para a família, diversão ou vida espiritual. Creio que uma das formas de planejar equilibradamente é definir quanto tempo será dedicado ao trabalho, e respeitar isto, quanto tempo para a família, diversão, vida espiritual, férias, etc. e ver se tudo cabe dentro das horas semanais que você tem e dos dias do ano. Lembro-me que a primeira vez que fiz este exercício, descobri que eu precisava de 35 dias a mais no ano para conseguir fechar o que tinha assumido. Conclusão: tive que reduzir uma porção de coisas. De outro lado, não basta calcular o tempo, mas saber o que é mais importante. Se você consegue colocar na agenda o que é mais importante, o que sobrou, sobrou.

Um de seus livros aborda a questão da “administração da vida”. Que conceito é este e como colocá-lo em prática?
Administrar a vida implica saber o que você fará com todas aquelas coisas que Deus te deu e que pedirá contas um dia: tempo, dinheiro, potencial, dons, talentos, habilidades dentre outras coisas. Não basta saber administrar as horas do dia, se você não sabe para aonde está indo, ou de que forma está utilizando aquilo que Deus te deu. Não adianta reclamar que você não recebeu um milhão de dólares para administrar se você não tem projeto. Administrar a vida implica saber qual é o projeto de vida que você tem, para aonde está indo e de que forma está usando os recursos que Deus te deu.

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Para manter uma vida equilibrada é preciso ter disciplina. Como fazer se a maior parte de nós é tão indisciplinada?
Disciplina é uma escolha. Você escolhe se vai fazer exercícios físicos ou se terá um ataque cardíaco. Além disto, disciplina é fruto de compromisso. Disciplina sem compromisso com uma causa é apenas legalismo, mas compromisso com uma causa sem disciplina é utopia. Quando você assume o compromisso de amar uma pessoa, isto é bonito, mas é necessário disciplina para fortalecer o compromisso. Neste caso a disciplina é gostosa, namorar, sair para tomar sorvete, passear… Se você se encontrar com a pessoa com que está namorando apenas uma vez por semestre, a falta de disciplina esfria o compromisso. No entanto, quando um casal se encontra sempre, conversa, aprofunda o relacionamento e cultiva o amor isto pode chegar a um casamento. As vezes falta disciplina, porque não temos uma causa que nos motive. Quando você realmente quer emagrecer começa a fazer exercícios, muda a alimentação e faz tudo o que o médico mandou. Isto deveria valer para todas as áreas da vida.

 

Qual a importância de se ter um sonho, uma expectativa de vida para se ter um planejamento de vida adequado?
As pessoas que fizeram diferença no mundo até hoje tinham sonhos e fizeram deles realidade. Algumas pessoas sonharam em melhorar a qualidade de vida das pessoas e inventaram vários remédios. Outros pensaram na comodidade de se locomover e inventaram carros, barcos, aviões. Além destes casos mais conhecidos, gente muito simples sonhou em transformar sua comunidade, sua família, sua igreja e dedicou sua vida a isto. A vida sem um sonho é como um barco à deriva em alto mar, para onde o vento soprar ele vai. No nosso caso, como cristãos, temos algo muito importante a nosso favor, os sonhos de Deus. Dezenas de personagens na Bíblia viveram para executar os sonhos de Deus. Quando entendemos isto, nossa vida ganha uma nova perspectiva. De outro lado, é preciso lembrar que Deus criou cada pessoa sonhando com um propósito para ela. Ele não nos fez como robôs. Existe um sonho que pode ser vivido por cada pessoa.

E a tão famosa desculpa da falta de tempo, como ser seletivo para ser produtivo?
Sempre vai faltar tempo para fazermos tudo o que desejamos. Então, é preciso ter foco nas prioridades. Como não vai dar para eu fazer tudo o que gostaria, escolhi algumas coisas e me dedico a elas, isto me torna mais produtivo.

E o tempo destinado às coisas de Deus, à igreja, por exemplo; este também deve ter um limite para ser produtivo e não afetar outras áreas da vida?
Volto ao exemplo do pedaço de bolo. O tempo que precisamos dedicar ao relacionamento com Deus e para se envolver com a igreja deve ser proporcional a tudo que fazemos. Preciso ter a disciplina de incluir em minha agenda um tempo de relacionamento pessoal com Deus e isto inclui estudo bíblico, oração e outras disciplinas espirituais. Preciso olhar minha agenda semanal e verificar quantas horas posso dedicar à igreja, seja para participar dos cultos, reuniões ou para assumir um ministério. Se eu assumir mais do que cabe em minha agenda, vai faltar um pedaço de bolo para alguém e isto certamente vai estourar na família ou na vida pessoal.

 

Não raro o planejamento financeiro é um dos pontos fracos das famílias e empresas brasileiras. Quais conselhos você daria para que tenhamos uma saudável vida financeira? Quais vícios devem ser evitados ao máximo?
Descubra primeiro que projeto de vida você tem e defina que tipo de recursos precisará. Sempre haverá recursos para bons projetos. Não inicie projetos sem que você tenha os recursos, para não perder tempo gerindo crises. Não gaste mais do que você ganha. Use o seu dinheiro no foco e o que sobrar no supérfluo. Se você fizer o inverso, haverá crises. Salomão diz: “Invista o seu dinheiro em diversas coisas, pois você não sabe que crise haverá no mundo”. Defina prioridades e tempo de execução para cada prioridade. Poupe. Pergunte para Deus de que forma você deve usar os recursos que ele confiou a você.

 

E quanto aos vícios financeiros cometidos por administradores nas igrejas, quais são os mais danosos?
A primeira coisa a ser lembrada aqui é que se a igreja está em crise financeira, provavelmente o pastor, ou quem administra o dinheiro, está em crise financeira. A crise financeira da igreja é simplesmente um reflexo. Então, os vícios da igreja são os vícios pessoais de quem administra o dinheiro. Basta identificá-los para encontrar as soluções. As coisas mais comuns que acontecem são: a igreja gastar mais do que arrecada, destinar verbas específicas para outros fins e não recolher os impostos. Isso gera mau testemunho, perda de pessoas e falta de investimento nas áreas estratégicas.

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