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sexta-feira, 19 abril 2024

Índios constroem igreja de bambu e lona em aldeia

Os índios habitam o Mato Grosso do Sul desde as primeiras décadas do século XX e são predominantes no interior desse sertão. Mas, alguns anos depois, perderam espaço de terra por conta das novas colonizações.

 

Na década de 40, restaram a eles apenas pequenas porções de terra, cercadas por propriedades rurais ao sul do estado. Mais de 70 anos depois, esse pedaço de chão indígena, a 200 quilômetros da capital, Campo Grande, receberia uma mensagem que mudaria para sempre a história do povo Kaiwá. Alguns deles resolveram construir uma congregação adventista inteiramente de Bambu na cidade de Douradina.

A Lagoa Rica tem quase mil índios da etnia Kaiwá e está dividida entre dois assentamentos. Ali, em março desse ano, um trabalho evangelístico adventista começou a ser realizado. “Eu cheguei ao Mato Grosso do Sul no início do ano e me falaram sobre um trabalho que havia começado na aldeia, decidi, então, seguir adiante com a missão”, relata a evangelista Solange de Araújo, natural do Pernambuco.

No começo, no entanto, o trabalho não foi fácil. “Grande parte dos indígenas ali não aceitavam nenhum tipo de religião ‘de branco’, mas, por meio de uma família que se interessou, começamos então a receber semanalmente um número cada vez maior de índios interessados no estudo da Bíblia”, diz.

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Igreja de bambu e lona
A primeira cerimônia adventista na aldeia aconteceu no mês de julho, com 11 batismos. Já o segundo batismo aconteceu no final do mês de novembro, quando outros 13 indígenas foram batizados. “O sentimento é inexplicável, porque em meu coração foi a confirmação de que existe a influência de uma pessoa para outra e quando o assunto é o evangelho não existem barreiras”, emociona-se Ariel Tenório, pastor responsável pelo batismo dos indígenas.

Em oito meses de trabalho missionário, 24 índios foram batizados e passaram a frequentar a igreja assiduamente. “Depois dos batismos, faltava um lugar para realizar os cultos e dar continuidade ao trabalho. Então, os índios levantaram uma igreja adventista na aldeia, construída de bambu e lona. Atualmente 30 membros frequentam o local, 24 deles já batizados”, comenta Solange entusiasmada.

Os cultos acontecem semanalmente na pequena igreja na aldeia. E, a cada sábado, os membros da igreja de Douradina se revezam para realizar o sermão e dar a assistência necessária aos novos membros. “Eles têm uma sede muito grande em aprender mais sobre a Bíblia. Para nós, foi uma surpresa muito boa, porque é diferente de tudo o que já fizemos”, lembra o pastor da igreja em Douradina, João Primo.

O trabalho realizado exigiu comprometimento do grupo. “Visitei a aldeia e assentamento e conheci a família do índio Elizeu de Assis. Por meio dessa família, outros índios se interessaram e, assim, tudo foi acontecendo. Ou seja, os batismos e a igreja. Agora, com todos os estudos bíblicos concluídos, nossa meta é capacitá-los para que liderem a igreja e deem continuidade ao trabalho missionário em sua própria língua”, celebra Solange.

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