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terça-feira, 23 abril 2024

Fim das internações psiquiátricas longas no Espírito Santo

O Governo do Estado encerrou o vínculo que possuía com a Clínica Santa Isabel, de Cachoeiro de Itapemirim, colocando fim às internações psiquiátricas de longa permanência na rede pública de saúde do Espírito Santo. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) transferiu os 21 pacientes, que ainda estavam na clínica, para três novas residências terapêuticas em Cariacica, abertas exclusivamente para recebê-los.

“Quando assumimos a gestão, iniciamos este processo. Em janeiro de 2015, a Clínica abrigava 360 pacientes pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e hoje não temos mais nenhum paciente. É um marco histórico, mais um passo que estamos dando dentro da lógica da Política Nacional de Saúde Mental”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira.
Esse trabalho contou com o apoio da Superintendência Regional Sul e da Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas da Sesa, da qual faz parte o psiquiatra, Zanandré Avancini de Oliveira, que explicou ser este um momento importante, pois coloca o Espírito Santo em condições de avançar na discussão sobre saúde mental e nas articulações para a construção de uma rede de assistência alinhada à Política Nacional de Saúde Mental.
“Isto é uma vitória. Agora, internação somente nos casos em que o paciente estiver em crise e por períodos curtos, não mais tratamentos que promovam a exclusão social”, explicou Zanandré.
Segundo o psiquiatra, a Sesa já possuía 15 residências terapêuticas na Grande Vitória e abriu mais três para abrigar os últimos pacientes retirados da Clínica Santa Isabel. Foram abertas duas residências tipo I, uma masculina e outra feminina, para quem tem certa autonomia; e uma residência tipo II, mista, para pessoas com maior dependência de cuidados, a exemplo de cadeirantes e pacientes que apresentam quadro psiquiátrico regredido, necessitando de auxílio para tomar banho e se alimentar, por exemplo.

Residência terapêutica x hospital psiquiátrico
Diferentemente dos hospitais psiquiátricos, onde após anos de internação o paciente se torna morador pelas circunstâncias – na maioria das vezes por ser abandonado pela família –, as residências terapêuticas são moradias, de fato, e foram criadas para acolher pacientes que passaram dois anos ou mais internados e já não possuem vínculo familiar.
Nas residências, que contam com cuidadores, os pacientes não estão internados. Delas, eles podem e devem sair, quando possível, para ir a consultas médicas e para participar de atividades terapêuticas nos serviços de saúde locais, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
Para internação de curta permanência, Zanandré ressaltou que o Espírito Santo conta, agora, com 35 leitos no Centro de Atendimento Psiquiátrico Dr. Aristides Alexandre Campos (CAPAAC), em Cachoeiro de Itapemirim; e 40 leitos no Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC), em Cariacica. Além desses, há outros 12 leitos credenciados, no Sul do Estado, em hospitais filantrópicos e em um hospital da rede estadual. Desses leitos, localizados em Castelo, Mimoso do Sul e São José do Calçado, quatro já estão disponíveis.
A porta de entrada para o tratamento psiquiátrico é a Unidade Básica de Saúde. A maioria destes pacientes deve ser acompanhada pelas unidades de saúde municipais. Os casos graves são encaminhados para o Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), que é uma instituição destinada a acolher pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar e apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecendo-lhes atendimento médico e psicossocial.
 

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