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quinta-feira, 18 abril 2024

“Quero contribuir com a expansão do reino de Deus”

Foto: Reprodução

Apaixonado pela arte e a escrita, o ator Felipe Folgosi, que já lançou dois HQ para o público jovem diz: “vejo meus quadrinhos como forma de no mínimo provocar uma reflexão do leitor sobre a existência de Deus”.

Ator, roteiricista, escritor, um especialista na sétima arte. Felipe Folgosi ficou conhecido no Brasil inteiro por sua atuação em novelas. Mesmo ainda tendo convertido a fé cristã na adolescência, se desviou dos caminhos do Senhor, voltou e seu testemunho é contado em palestras e até mesmo em livros.

Autor dos livros “Comunhão” e “Aurora” no formato de história em quadrinhos, voltadas, sobretudo para o público jovem, Felipe diz ter uma paixão sobre esse tipo de trabalho desde sua infância. E tudo o que faz e escreve tem um foco missionário. As histórias são baseadas na Bíblia.

Apaixonado pelas artes, Felipe sustenta a ideia de que a igreja precisa resgatar a cultura e não só investir em música. “Chegou o momento de ter visão e estratégia. Encarar a cultura como um campo missionário. Usar o talento. Eu uso a arte como uma ferramenta de evangelismo”, disse.

Em entrevista à Comunhão o ator falou de sua conversão, carreira, dos livros que já publicou, dos projetos futuros e ainda fez um alerta à juventude que está afastada dos caminhos do Senhor. Confira!

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Comunhão – Como foi seu encontro com Deus? E o que mudou na sua vida após sua conversão?

Felipe Folgosi – Posso dizer que foram dois momentos. Me converti com 15 anos, junto com minha família. Vivi muito intensamente o “primeiro amor”, inclusive durante o período em que comecei a trabalhar como ator. Tinha um propósito claro de ser usado por Deus no meio artístico e realmente fui, tanto dando testemunho em igrejas, como na mídia, como entre os colegas. Mas se disser que a pressão de ser conhecido nacionalmente, o assédio, a cobrança, o preconceito e a retaliação não fizeram parte da experiência estaria mentindo. Então com trinta anos me desviei dos caminhos do Senhor, o que durou dez anos, até que Deus me buscou novamente. Então posso dizer que agora, depois desses anos de “Filho Pródigo”, estou mais maduro, mais tolerante com os outros, julgando menos e entendendo que a vida é muito curta para estar distante de Deus. Realmente é melhor um dia em sua presença do que mil em outro lugar.

Quando se converteu você ainda atuava como ator na televisão, o que mais te incomodava e como fazia para manter a postura como cristão?

“Quero contribuir com a expansão do reino de Deus”
Foto: Arquivo pessoal

Eu me converti na mesma época em que comecei a fazer teatro. Pouco tempo depois conversei com meu pastor na ocasião, procurando discernir qual era a vontade de Deus e abri mão da vontade que tinha de trabalhar como ator, acreditando que Deus iria me conduzir, até que com 17 anos tive minha primeira oportunidade na televisão, então sempre tive claro que Deus iria me usar naquela esfera de influência.

O que me incomodava era a idealização que as pessoas faziam ao meu respeito, que pouco tinha a ver com quem eu realmente era, mas infelizmente é comum do ser humano projetar aquilo que cada um quer ver em uma pessoa pública. O que fazia era viver minha verdade, não ter vergonha de ser cristão, ao mesmo tempo desmistificando o preconceito que as pessoas tinham, mas sem abrir mão dos valores.

Como se sai diante de situações que desafiam sua postura cristã?

Com oração, buscando a sabedoria de Deus. O maior problema é quando as coisas acontecem de forma imprevista, te pegam de surpresa, aquela velha armadilha que quer te prender. Quando eu era mais novo, com menos experiência era mais difícil, porque não sabia muitas vezes como sair das situações. Por exemplo, lembro que na época da novela “Olho no Olho”, uma revista de horóscopo de uma grande editora quis fazer uma matéria de capa comigo e eu disse não. Acabou que eles e colocaram na capa de qualquer jeito, então eu ameacei processar a revista e acabamos chegando a um acordo que na verdade não resolveu nada porque a revista já tinha ido para as bancas. Moral da história, foi um desgaste enorme, publicaram a revista de qualquer jeito enquanto se eu tivesse um pouco mais de maturidade, poderia ter usado aquela entrevista para falar de Cristo.

Você ficou conhecido no Brasil pela sua carreira na televisão e no teatro, como surgiu a sua relação com o mercado de quadrinhos e graphic novels?

Surgiu da vontade de contar minhas próprias histórias. Fiz faculdade de cinema e tinha vários roteiros escritos, mas na época o cinema nacional ainda não estava tão estabelecido, então comecei a pensar em outras alternativas para fazer com que esse conteúdo chegasse nas mãos das pessoas. Como cresci lendo quadrinhos, e pela proximidade entre as duas linguagens que são narrativas visuais, pensei em adaptar os roteiros para quadrinhos. Assim nasceu o “Aurora” em 2015, depois o “Comunhão” em 2017 e no ano passado lancei o “Um Outro Dia” em parceria com a Lion Comic. Esse ano lanço a continuação do Aurora, “Chaos”.

Quais são as suas principais referências?

Ah, referência é o que não falta, desde cinema, literatura, religião, ciência, acontecimentos históricos e claro quadrinhos. Para citar o último, Uderzo e Goscinny, Moebius e Frank Miller me influenciaram bastante.

Dentro do projeto HQ, você lançou recentemente dois projetos desse segmento, o “Aurora” e o “Comunhão”. Como surgiu a ideia de lança-los? E do que especificamente eles retratam?

“Quero contribuir com a expansão do reino de Deus”
Foto: Arquivo pessoal

Ambos nasceram como roteiros para cinema onde procuro dialogar com o público secular através de uma ótica e moral cristã.

O Aurora é uma ficção científica que comecei a escrever em 2004 e levei bons anos pesquisando ciência de verdade como astronomia, medicina e física, mas acrescentando teorias da conspiração e sociedades secretas.

Já o Comunhão é uma história de suspense com terror psicológico, sobre como agir quando se é alvo do mal deliberado, como vence-lo sem perder a fé nem ficar amargo.

Como você foi recebido pelos outros artistas nesse mercado independente de quadrinhos?

Muito bem. Claro que no início alguns ficaram ressabiados, querendo saber quem era o ator que estava chegando no pedaço, mas aos poucos fui mostrando que era mais um como os outros, indo aos eventos, estando junto com eles na mesma situação, mas ajudando a difundir os quadrinhos para um público maior por conta do meu trabalho como ator.

Você lançou o graphic novel “Um outro dia”, que traz um drama juvenil sobre a dependência química. Como foi elaborar esse projeto e qual a mensagem que quis retratar sobretudo para o público cristão?

Escrevi esse texto em 1999, quando participei do Concurso Nacional de Dramaturgia, promovido pelo Ministério da Cultura, do qual fui o vencedor. Naquele ano, o concurso exigia que o tema fosse anti-drogas, o que achei muito bom poder abordar essa questão com aval da própria instituição. Já era um tema que me interessava, por ter presenciado vários amigos de adolescência que tiveram suas vidas prejudicadas por terem se envolvido com drogas. Procuro não escrever especificamente para o público cristão, mas para todos os públicos com uma mensagem cristã. Acredito que os quadrinhos são mais uma ferramenta e uma estratégia para alcançar um público que não leria um material explicitamente cristão, mas que depois que estão envolvidos na história, abaixam a guarda e se abrem para que Deus fale com eles.

A carreira de ator o ajudou de alguma forma na construção de suas histórias em quadrinhos? Por que?

Com certeza, por ter tido contato com tanto textos bons como ruins por muitos anos e por ter aprendido como contar uma história. Claro que cada mídia tem suas peculiaridades, mas de forma geral, contar uma história, criar uma narrativa é um fenômeno humano, no qual meus anos trabalhando tanto no teatro como no cinema e televisão acabaram se tornando muito úteis quando chegou a hora de contar minhas histórias.

“Quero contribuir com a expansão do reino de Deus”
Foto: Arquivo pessoal

 Além de escrever, você também dá palestras e leva seu testemunho de vida para outras pessoas. O que isso significa pra você e o que espera das pessoas com a sua história?

Vejo como o real propósito de Deus para minha vida. Espero poder cumprir o meu chamado e poder participar da grande comissão em prol da expansão do reino de Deus. Espero que as pessoas possam se conectar de uma forma ou outra e que através tanto dos erros como acertos que cometi, possam se identificar e se abrir para ter um relacionamento com Deus, e finalmente sejam salvas.

Quais são seus projetos futuros relacionados a carreira profissional e no mundo cristão?

Esse ano lanço meu novo quadrinho chamado “CHAOS”, que a a continuação do Aurora, onde me aprofundo mais em questões como Nova Ordem Mundial e transhumanismo. Para mim esse projeto envolve tanto meu trabalho quanto o mundo cristão, já que vejo meus quadrinhos como forma de no mínimo provocar uma reflexão do leitor sobre a existência de Deus. Mas mais especificamente falando, espero continuar dando meu testemunho em igrejas e ajudar a avançar a influência do cristianismo na esfera das artes, mídia e entretenimento.

Que mensagem gostaria de deixar para os jovens que andam perdidos e afastados de Deus?

Que eu entendo suas dúvidas, medos e muitas vezes até sua revolta contra Deus. Fiquei dez anos afastados, onde achei que finalmente iria fazer minha vontade, sem perceber que estava na verdade sendo roubado não só nos meus sonhos, mas principalmente no meu tempo de vida, aquilo que eu poderia ter vivido com Deus. Que eles saibam que Deus é um Deus de amor, pronto para perdoar e para restaurar o relacionamento e a intimidade, como o pai fez com o filho pródigo. Se você está afastado, não perca mais um dia da sua vida, vá de encontro a Deus, porque Ele está te esperando e vai te encontrar no meio do caminho, pronto para te abraçar, te dar um beijo, colocar um anel em seu dedo e chamar de filho amado ou filha amada.


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