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quinta-feira, 18 abril 2024

Falta de sintomas específicos dificulta diagnóstico de câncer de estômago

Uma queimação no estômago pode indicar úlcera ou gastrite, doenças benignas causadas por estresse, má alimentação, uso prolongado de anti-inflamatórios ou pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori). Mas é também por trás desse simples sintoma que se esconde o câncer de estômago, o terceiro que mais atinge os homens e o quinto entre as mulheres no Brasil.
 
Estima-se que só este ano no País surjam 20,5 mil novos casos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a maioria em homens (12,9 mil). Além da queimação, são semelhantes entre quem tem uma das três doenças a perda de peso e de apetite, fadiga, vômito, náuseas e sensação de estômago cheio, que podem dificultar a investigação.
 
Entre tantas similaridades, o oncologista Nivaldo Kiister, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), aponta um detalhe que pode facilitar a diferenciação: “Nas úlceras gástricas e na gastrite, é comum a presença de sangue nas fezes, vindo de sangramentos gástricos, numa coloração mais escura, pois é digerido no estômago. No caso do câncer, isso só ocorre em 10 a 15% dos casos. Da mesma forma, é a presença de sangue no vômito. Ou seja, sintomas prolongados e com ausência de sangue pedem maior atenção do paciente e do médico”, explica Kiister.
 
Sinal amarelo
Cerca de 65% dos casos de câncer de estômago afetam homens com mais de 50 anos. Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 9 mil homens morreram no Brasil em 2013 vítimas da doença, quase o dobro em relação as mulheres (5 mil mortes).
 
Falta de sintomas específicos dificulta diagnóstico de câncer de estômago

Nódulos indicam estágio avançado da doença
A falta de sintomas específicos é o que leva ao diagnóstico tardio do câncer, alerta Kiister. “Nódulos na parte superior do abdômen, ao redor do umbigo e íngua na parte inferior esquerda do pescoço indicam que a doença já avançou”, conclui. Além disso, o fígado aumenta de tamanho e o paciente sente dor ao ter o estômago apalpado.
 
Diagnóstico
O oncologista avalia que a endoscopia (exame que permite visualizar o estômago por dentro), seguida de biopsia e análise citológica (análise mais específica do tecido do estômago) são os primeiros passos para um diagnóstico precoce e podem ser pedidos, a princípio, por um gastroenterologista.
 
Outro exame que pode auxiliar a investigação é a radiografia contrastada, na qual os raios-x procuram por áreas anormais ou tumores.
 
Tratamentos
Não há um tratamento que seja considerado o melhor para o câncer de estômago, pois a indicação depende do estado da doença no momento do diagnóstico, do tamanho do tumor, da idade e estado geral de saúde do paciente, entre outros fatores. Porém, a cirurgia é a principal alternativa terapêutica, segundo Nivaldo Kiister. “A radioterapia e a quimioterapia podem até ser realizadas antes ou depois da cirurgia, mas só ela extingue o tumor”.
 
O médico explica que, quando realizado antes, o tratamento radioterápico pode reduzir o tumor e facilitar a cirurgia. Já depois da intervenção, ele auxilia na prevenção do retorno da doença. E em caso de estágio avançado, pode retardar o crescimento do tumor e aliviar os sintomas.
 
Medo é comum
Para Kiister, o medo de tratar o câncer ainda é comum. “As pessoas temem os efeitos colaterais como vômito, diarreia, náuseas e fadiga, principalmente quando há quimioterapia. E têm o mesmo sentimento em relação ao risco de voltar a desenvolver um novo câncer, por causa da radioterapia”, afirma. Mas segundo o ele, o uso de tecnologias de tratamento mais avançadas e de maior precisão diminuem consideravelmente essa probabilidade.
 
Alimentar-se bem é a melhor forma de prevenção
“Uma dieta balanceada desde a infância é a melhor maneira de prevenir qualquer doença”, afirma o oncologista.  E no caso do câncer de estômago, incluir vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras, aliado a um estilo de vida saudável, longe do cigarro, do álcool e de alimentos defumados, enlatados, com corantes ou conservados em sal é indispensável.
 
“Pessoas com parentes diagnosticados com câncer de estômago ou que já apresentaram problemas gástricos precisam ter atenção redobrada com a alimentação”, adverte.

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