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sábado, 20 abril 2024

Falar e fazer

Confesso que estou preocupado com a atual situação política e econômica do nosso país, mas discordo radicalmente das soluções apresentadas. Por quê? Tenho a impressão de que todas as saídas expostas são apenas palavras.

Há um abismo (intransponível – desculpem minha falta de fé) entre o que se fala e o que se faz. E não estou falando dos administradores públicos perdulários, dos políticos corruptos ou dos juízes parciais, mas de nós, brasileiros, que não resistimos à menor chancezinha, à mais ridícula oportunidade, para agir exatamente igual às tais autoridades que criticamos. Somos sonegadores, desrespeitamos as leis (do trânsito, então…), mentimos com naturalidade, somos fingidos…

Nunca o ditado “faça o que digo, não o que faço” teve tanto sentido. Mas essa dicotomia é velha. Vemos isso na própria Bíblia, na passagem na qual João pede que “não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (I Jo 3:18), ou no trecho em que Tiago, sendo mais incisivo, avisa: devemos falar de tal maneira e de tal maneira proceder (Tg 2:12). Qual a consequência disso? É que esse comportamento está de tal forma disseminado e entranhado na cultura brasileira que podemos dizer, com exceções de praxe, que todos nós somos assim.

Creio que a única maneira de alterar essa cultura é aplicando em nossas vidas o mesmo procedimento que Paulo recomenda à igreja de Roma: pecamos, mas não vivemos no pecado (Rm 6:2), mesmo que para isso tenhamos que pagar um alto preço, andar na contramão da nação e quebrar essa cultura nefasta e demoníaca. A Igreja evangélica e seus membros têm a obrigação fazer isso!

VAIDADE

Existe limite para a vaidade? O próprio Salomão afirma: “Vaidade de vaidades, tudo é vaidade” (Ec 1:2). Esse é um tema que preocupava tanto o sábio rei que ele a menciona a palavra por 37 vezes somente em Eclesiastes. No livro, preocupa-se em explicar que vaidade significa “correr atrás do vento”. Na verdade, o termo hebraico “shāw” possui um sentido de algo sem valor, inútil. No lado poético, significa “bolha de sabão”. Mas, se esse conceito envolve tudo isso, por que então uma sociedade tão evoluída, tão politicamente correta, tão esclarecida dos malefícios da inutilidade de algo sem valor, corre tão desesperadamente em busca da vaidade?

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E a coisa está chegando a um ponto totalmente fora de qualquer limite. Agora não basta corrigir detalhes no rosto, no busto, no abdome, ou seja, nas partes visíveis. Prova disso é que o Brasil acaba de se tornar o campeão mundial de ninfoplastia e labioplastia, que é a cirurgia das partes íntimas das mulheres. O que assusta ainda mais é que este título internacional foi conquistado graças a cirurgias feitas em meninas entre 12 e 15 anos, muitas delas ainda virgens.

Quando os homens resolveram construir uma “torre” por pura vaidade, Deus disse: “Agora não haverá restrição para tudo que intentarem fazer” (Gn 11:4-6)”. E o Altíssimo, óbvio, estava certo! Não há mais limite, não há mais pudor! Do jeito que as coisas estão, Sodoma e Gomorra não passavam de parquinho de diversão para crianças. Vade retrum.

OBRIGADO!

Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Foi isso que Paulo disse para a igreja em Filipos. Dá pra acreditar nisso? Será que alguém aprende a viver no sufoco e ainda se alegra? Será que alguém consegue deixar tudo que é mais precioso, só para evangelizar um povo estranho e desconhecido?

Empolga-me saber que existem pessoas assim. Que deixam tudo para anunciar a Palavra de Deus em lugares distantes. A Igreja brasileira é fruto dessas pessoas dispostas a ir até aos confins da terra. Seja com Simonton em 1859 (presbiterianos), seja com Newman em 1866 (metodistas), seja com Willian Bagby em 1882 (batistas), seja com Stauffer em 1893 (adventistas), seja com Gunnar Vingren e Daniel Berg, em 1910 (Assembleia de Deus), seja com Harold Williams em 1951 (Quadrangular), seja com tantos outros que aprenderam a viver contentes em toda e qualquer situação, somente para anunciar a Palavra de Deus. A Igreja evangélica brasileira precisa resgatar sua responsabilidade missionária.

 

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