Por Marianna Guimarães
Para trazer à tona a reflexão do papel da igreja na construção da sociedade, será realizada entre os dias 17 e 19 de maio, em Vitória, o 1º Congresso da Faculdade Unida, que vai promover por meio de palestras o tema: “Cristo e o processo revolucionário brasileiro”. O evento acontecerá no Salão de Eventos do Clube de Natação e Regatas Álvares Cabral.
O Congresso marca os 50 anos da realização da Conferência do Nordeste, em 1962, que para muitos historiadores e teólogos foi um marco na história do protestantismo nacional. “Nossa intenção ao realizar esse congresso é trazer novamente ao contexto cristão o papel desempenhado pela igreja na transformação social. Esse tema ficou ofuscado por um tempo, mas o retomamos como forma de contribuir para reflexão da nossa responsabilidade social enquanto igreja” comentou o diretor e professor da Faculdade Unidade de Vitória, Wanderley Pereira da Rosa, um dos palestrantes.
Para resgatar a história na memória do protestantismo brasileiro e relatar o que foi a Conferência do Nordeste, a Faculdade Unida trará palestrantes que fizeram parte dessa história. Entre eles o pastor emérito da Igreja Presbiteriana Unida e doutor em Teologia, Zwinglio Mota Dias, e o Articulista Anivaldo Padilha.
Além deles, outros estudiosos e pensadores de renome nacional foram convidados para o congresso. Os pastores da Igreja Presbiteriana Unida João Dias Araújo, Rev. Joaquim Beato e Claude Labrunie – os dois primeiros foram preletores na Conferência de 1962 – ; o sociólogo especializado no estudo da religião no Brasil, José Bittencourt Filho; o doutor em teologia, Julio Paulo Tavares Zabatiero; o filósofo e escritor Ariovaldo Ramos; o pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Ronaldo Cavalcanti e o psicanalista e escritor, Rubem Alves integram o time que vem a Vitória.
“O congresso não tem a pretensão de mudar o mundo a partir de sua realização, mas é, de fato, um momento muito importante para reflir o que aconteceu nesses 50 anos”, explicou o diretor da faculdade. Mudanças significativas na trajetória do protestantismo no Brasil são pauta para o encontro. O articulista Anivaldo observa de forma enfática as diferentes posições da igreja nesse período e a conseqüência da fragmentação religiosa que surgiu após o período de interferências e torturas impostas pelo regime militar.
“O Brasil passava por muitas mudanças sociais e políticas naquela época e todos que lutavam tinham muita confiança e entusiasmo com relação ao futuro. Posso citar que uma diferença visível é que, naquela época as lideranças das igrejas buscavam meios que os levassem a um testemunho mais real. Mas hoje a espiritualidade é alienante, parecendo uma busca constante pelo crescimento. Em outras palavras, uma guerra pela competição no mercado religioso”, concluiu Padilha.