Após onda de protestos, desde o final de 2018, mais de 50 mil pessoas morreram na repressão do governo. Há também violações do direito à liberdade de religião ou crença, inclusive prisão e tortura de cristãos convertidos do islã.
Após dois meses de protestos contínuos contra seu governo de mais de 30 anos, o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, dissolveu o governo, na última sexta-feira (22), e anunciou um estado de emergência de um ano no país.
Mais protestos eclodiram no sábado, quando a polícia supostamente atirou bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes que queimaram pneus e gritavam: “A revolução é a escolha do povo”.
O presidente Bashir também nomeou um novo primeiro ministro e primeiro vice-presidente. Fontes da Missão Portas Abertas no país expressaram preocupação de que o estado de emergência pode fazer com que as forças de segurança do governo continuem e aumentem a brutalidade contra civis e, principalmente contra os cristãos.
Ele ainda pediu ao parlamento que faça uma pausa nos debates sobre uma emenda constitucional que permitiria a ele buscar outro mandato na eleição presidencial de 2020, mas não deu mais detalhes.
O país está entre os dez países que mais perseguem cristãos no mundo.
Até sexta-feira, o país estava preso em um limbo político, preso entre um líder enfraquecido e um movimento de protesto que, embora não tenha diminuído depois de semanas ou protestos, foi incapaz de dar um golpe na presidência de Al Bashir.
Há também violações do direito à liberdade de religião ou crença, inclusive prisão e tortura de cristãos que se converteram do islã, acusações de apostasia contra cristãos ex-muçulmanos, prisão e encarceramento de cristãos e missionários por falsas acusações, destruição e fechamento das igrejas, recusa da alocação de terras às igrejas e confisco de propriedade da igreja. Há também uma discriminação aberta contra os cristãos na educação.
Muitos observadores, assim como a Portas Abertas, acreditam que, se a pressão diplomática for removida do governo de Bashir, ele simplesmente continuará a violar os direitos humanos básicos dos civis, inclusive o direito à liberdade de religião ou crença.
*Com informações da Missão Portas Abertas.
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