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sexta-feira, 29 março 2024

Esmael Almeida

“Temos a Bíblia como regra de fé, como nosso orientador, e disso nós não abrimos mão”.

Engenheiro por formação, após 37 anos trabalhando na Companhia Espíritossantense de Saneamento (Cesan), Esmael Almeida se aposentou e decidiu entrar na vida pública, elegendo-se vereador da capital capixaba. Ele ficou no cargo por sete anos, sendo um dos vereadores mais atuantes do Espírito Santo e um forte defensor da família e da igreja. No dia 04 de abril, ele deixou a Câmara de Vitória para assumir mandato como deputado estadual. Nesta entrevista, Esmael conta a Comunhão quais são suas expectativas para os próximos anos na Assembleia Legislativa, as principais bandeiras que irá defender na Casa, e relembra suas propostas mais relevantes no período em que atuou como vereador na capital capixaba.

Que balanço o senhor faz da experiência como vereador de Vitória? O que foi mais relevante nestes sete anos?
Exercer o mandato de vereador foi para mim uma experiência muito gratificante. Pude contribuir de uma maneira muito especial para a cidade de Vitória. E a população reconheceu isso quando, no fim do primeiro mandato, me reelegeu, fazendo-me o vereador mais votado não só da capital, mas também de todo o Espírito Santo. Eu acredito que essa conquista foi fruto da minha postura, da minha ética, da minha transparência, do meu trabalho. Fui considerado o vereador mais atuante da cidade de Vitória; em termos de atuação legislativa, fui o vereador que mais fez propostas, mais encaminhou projetos de lei ao Executivo. Eu também fui considerado um dos vereadores com maior número de projetos sancionados pelo prefeito de Vitória. Em sete anos de vereança, procuramos interagir com as comunidades, criando leis de seu interesse e sugerindo, por meio de Indicações, que funcionam como uma ponte entre o vereador e os cidadãos, soluções em questões que são exclusivas do Executivo, como sistema tributário, alguns serviços públicos, isenções e anistias fiscais.

O senhor apresentou mais de 500 proposições nesses sete anos, sendo que mais de 300 foram sancionadas. Se pudesse destacar as propostas mais relevantes, quais seriam?
Eu foquei meu trabalho em diferentes áreas, mas o que mais me motivou como vereador foram os trabalhos que eu fiz na área da família. Eu sempre digo que, com uma família estruturada, nós evitaríamos vários problemas, como os relacionados à violência e à criminalidade. Defendo que devemos trabalhar de uma maneira preventiva, e não corretiva, resolvendo o problema antes que ele aconteça. É assim que eu acredito que dá certo. Eu não tenho dúvida nenhuma de que fiz um mandato que ficou marcado, porque defendi a família, que consideramos uma instituição divina e que continuaremos a defender. Também trabalhamos muito na Câmara de Vitória a questão ambiental. Nesses sete anos, fui o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Casa e ali fizemos um trabalho que considero muito bom, com vários projetos que buscaram melhorar as condições ambientais e de vida na nossa cidade e no nosso planeta. Foquei meu trabalho nas escolas, porque creio que é por onde deve começar essa conscientização. Desenvolvemos alguns projetos muito importantes, entre eles o da coleta seletiva nas escolas, que hoje está implementado em todas as instituições de ensino de Vitória, habituando desde cedo as crianças a separarem o lixo. Outro que me deixou entusiasmado foi um projeto, já aprovado e sancionado, que visa a tornar as escolas públicas municipais de Vitória autossustentáveis, implantando o aproveitamento da água de chuva; painéis para captação de energia solar; a separação do lixo; a criação de hortas orgânicas, entre outras medidas educativas e conscientizadoras. Também estive preocupado com a mobilidade urbana. Fizemos uma recomendação, que também já foi aprovada pela Câmara, que determina os horários de execução de algumas obras na capital, visando a trazer um grande benefício para a cidade. Dos projetos que viraram leis, temos ainda o “Merenda Todo Dia”; o programa de incentivo ao uso da bicicleta (“Pedalando por Vitória”); a obrigação de os estabelecimentos comerciais possuírem exemplares do Código do Consumidor; a lei que determina a parada de coletivos fora dos pontos após as 22 horas; o aproveitamento da água de chuva por hotéis, shoppings e condomínios; o fim do Vital na Dante Michelini, entre tantas outras. Estamos dispostos a continuar todo esse trabalho na Assembleia Legislativa.

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O senhor agora deixa seu mandato como vereador para assumir o de deputado estadual. Como acredita que os eleitores de Vitória, que lhe confiaram seus votos nas últimas eleições municipais, vão se sentir com esta mudança?
Antes de assumir esse mandato, eu conversei muito com os representantes daqueles segmentos que têm estado ao meu lado, como os evangélicos, por exemplo, e todos eles entenderam que eu deveria mesmo ir para a Assembleia Legislativa. Porque eles reconhecem que, como deputado, posso dar uma contribuição maior, não só à capital, mas a todo o Estado. Eu senti que esse era o melhor caminho. E completei quase a totalidade de meus mandatos de vereador.

Quais serão seus objetivos como deputado estadual? Em que pretende focar suas ações?

Vou continuar com as mesmas bandeiras que tenho defendido na Câmara de Vitória, agregando, é claro, outras questões a essa luta, como por exemplo a questão do desenvolvimento regional. É inadmissível que a maioria das indústrias se instale na Grande Vitória. A região metropolitana já não suporta mais, por isso temos que deslocar esse desenvolvimento para o interior do Estado. Essa é uma das bandeiras do governador Renato Casagrande, e vamos trabalhar junto com ele, desenvolvendo as vocações de cada região. Outra questão fundamental é a educação. Vou lutar pela proposta da faculdade estadual de ensino à distância. É um projeto que trabalhei na minha campanha e ao qual devo dar continuidade, pois possibilita levar o ensino a todos os cantos do Estado, dando oportunidade para que os moradores do interior possam cursar uma faculdade pública sem que para isso precisem se mudar para a Grande Vitória.

Como o mandato como deputado estadual o ajudará a continuar a luta pela manutenção da família?
Vou fazer a um nível mais amplo o que já fiz aqui em Vitória. Pretendo propor o incentivo estadual à realização de casamentos comunitários; o combate à distribuição do chamado kit gay às escolas, entre outras ações em defesa da família e dos princípios bíblicos. São muitas as ameaças à família nos dias de hoje, e pretendo combatê-las usando todas as armas legais que possuímos. Principalmente a questão da criminalização da homofobia. Nós não condenamos o homem que adota essa opção sexual, e sim somos contra esta prática. Da mesma forma que eu não sou contra os usuários de drogas, e sim contra as drogas. Além do PLC 122, que torna crime a homofobia, vem aí uma proposta ainda pior, que é o Estatuto da Diversidade Sexual. Pretendo fazer a minha parte e mobilizar as pessoas, lutando contra sua aprovação. São essas as bandeiras pelas quais continuaremos lutando. Eu tenho meus princípios, sou cristão há 53 anos, membro da Igreja Batista, e fui criado assim. Não podemos ficar calados diante das ameaças, não podemos nos acovardar. Vamos continuar defendendo os princípios cristãos. Temos a Bíblia como regra de fé, como nosso orientador, e disso não abrimos mão.

O Estado passa por sérias ameaças a nível nacional, com as questões da distribuição dos royalties e das mudanças na cobrança do ICMS. Como o senhor pretende utilizar seu mandato na Assembleia para ajudar o Espírito Santo nessas questões?
Nós vamos estar ao lado do governador Renato Casagrande. Sei da luta dele e, inclusive, as igrejas têm orado por ele, preocupadas, porque isso é um problema de toda a sociedade capixaba. Afeta toda a economia do Estado e pode causar sérios problemas à geração de emprego e renda. Vamos lutar para reduzir as perdas. Mas não podemos contar somente com esses recursos, por isso vamos procurar outras alternativas para gerar riqueza para o Estado, buscando outras fontes.

Há algum tempo o senhor organiza cafés da manhã nos quais reúne pastores de diferentes denominações e autoridades políticas capixabas. Pretende continuar realizando esses encontros? Qual o objetivo dessas reuniões? Como a população pode ser beneficiada por elas?
Vou continuar fazendo esse trabalho, mas agora vamos ter que regionalizar mais esses encontros, fazendo alguns no interior do Estado. São oportunidades de dialogar com as lideranças, para avaliar os acertos e os erros, criando possibilidades de implementar medidas corretivas, quando for o caso. Agora, levaremos esses encontros para o governador, para que ele possa ouvir o que as lideranças religiosas estão achando do seu governo. Hoje somos quase 1,2 milhão de evangélicos no Espírito Santo, também sujeitos aos mesmos problemas e necessidades que o restante da população, e que por isso precisam ser ouvidos. Não serei o deputado dos evangélicos, e sim do povo do Espírito Santo. Mas é evidente que vamos brigar pelos princípios em que acreditamos.

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