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terça-feira, 19 março 2024

Confira a entrevista do cantor Leonardo Gonçalves

Foto: Reprodução Web

Leonardo Gonçalves fala um pouco mais de sua carreira, experiências pessoais e do novo álbum em hebraico que será lançado durante a Expo Cristã no mês de setembro.

Fale de sua história. Como começou a cantar e quantos CDs na sua carreira?

Eu comecei a cantar aos 15 anos de idade num colégio chamado IASP que fica em Hortolândia, interior de São Paulo. Eu havia recém chegado da Alemanha, onde vivi por quase 10 anos, e ainda nem sabia falar Português direito, mas, mesmo assim o Lineu Soares – maestro do coral – me convidou para participar do Coral Jovem do IASP que, na época, tinha 160 vozes. Ele também foi quem me convidou a participar do grupo Tom de Vida, mas demorou mais de um ano pra eu ganhar meu primeiro solo… aliás… o Tom de Vida foi realmente a minha escola; a primeira vez em que segurei um microfone, a primeira vez em que entrei em estúdio pra gravar, meu primeiro solo, minha primeira gravação de solo, minhas primeiras entrevistas de rádio e apresentações em igrejas e teatros. Foi um tempo muito bom em minha vida que durou, se eu contar junto com meu tempo no grupo Novo Tom que nasceu do Tom de Vida, quase 8 anos. E foi o tempo que tive de me preparar para um trabalho solo que se iniciou com o lançamento do cd “poemas e canções” em 2002 e se consolidou com o cd “viver e cantar” em 2007, ambos pela gravadora Novo Tempo.

Como foi todo o processo de produção deste trabalho e o que significa o título deste CD?

“Avinu Malkenu” traduzido significa “nosso Pai, nosso Rei” e é, talvez, a principal oração litúrgica do ponto alto das festas judaicas que são conhecidas como os 10 dias temíveis entre Rosh HaShaná (o ano novo judaico) e Yom Kippur (o dia da expiação). É uma súplica, quase um clamor a D-s para que Ele seja misericordioso e nos dê o Seu perdão e por isto é uma canção que nos une a todos nós, pois todos necessitamos da graça de D-s e de seu perdão.

Já a produção deste CD é uma longa história! O que eu posso resumir é que em cada fase do projeto a gente buscou os melhores estúdios e os melhores profissionais. Adilson K. Rodrigues foi basicamente o engenheiro que gravou todo o CD, cerca de 80 a 90% em estúdios como o Mosh, BeBop, KLB, Mega, Na Cena, etc. Depois fizemos a mixagem e a masterização com Nicholas Prout que é um audiófilo de primeira que trabalha na Chesky Records (uma gravadora extremamente purista que predominantemente produz Jazz) de Nova York. Este zelo e esta busca pelo melhor juntamente com o a necessidade de pesquisar e aprender MUITO para pode gravar este CD são as principais razões pelas quais demorou um pouco mais de 6 anos para ficar pronto. E incrível é pensar que tudo foi feito com dinheiro e investimento privado, de maneira independente.

E como têm sido os comentários deste CD que vem numa proposta totalmente diferente do comum?

Os comentários têm sido os mais incríveis! Mesmo por parte de pessoas das quais você não espera uma boa receptividade tenho ouvido e lido depoimentos maravilhosos. Acho que no coração de todo ser humano existe esta curiosidade em relação ao Judaísmo que beira o fascínio, até porque é a única cultura milenar que consegue se manter razoavelmente intacta há pelo menos 5.000 anos, ainda por cima com uma representação mundial! Mesmo com todas as adversidades ainda temos mais de 15 milhões de Judeus espalhados por mais de 30 países. Só este fato já deixa qualquer um pelo menos intrigado de que alguma coisa de diferente há com este povo.

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Qual é sua expectativa para o lançamento deste projeto? Você crê que o público irá gostar desta nova proposta?

Eu tenho certeza que qualquer um poderá se encantar com estas canções e com este CD. Talvez especialmente para muitos dos jovens ele poderá parecer um pouco calmo demais, mas todos nós, independentemente de idade, necessitamos de momentos de reflexão. E além disso, muitas das letras das músicas são o texto original em Hebraico! Pelo menos para a maioria dos Cristãos tenho certeza que será uma experiência impactante escutar as palavras originais, escritas há quase 3.000 anos por Isaías, por exemplo, pela primeira vez. Este CD serve também para acompanhar e aprofundar o estudo daqueles que estudam Hebraico seja na faculdade ou em casa, mesmo. Mas o que mais estou ansioso para ver é a reação dos próprios Judeus. Afinal, a proposta, mesmo, deste trabalho não é de servir como curiosidade para os Evangélicos, mas para abrir as portas para um possível diálogo-artístico-musical que seja!- entre Judeus e Cristãos.

O lançamento de Avinu Malkenu é a realização de um sonho?

Um sonho… Muitos sonhos… de muitas pessoas! Meu, do meu avô por parte de mãe, que é por parte de quem eu tenho a minha ascendência judaica, do meu grande amigo Edson Nunes (que produziu este CD junto comigo) e sua família, de toda a minha família e de tantas outras pessoas que ouviram falar deste cd durante todo o processo e intercederam em oração para que este momento agora pudesse se tornar realidade.

Como é sua rotina diária? Você ainda estuda muito, musicalmente falando?

Na verdade eu tenho duas ou três “rotinas” bem distintas. A que mais absorve meu tempo é a de quando estou viajando. Vivo em função da programação da qual vou participar desde a hora em que acordo. Até o que, quando e quanto vou comer depende de quanto tempo ainda falta para a programação! Exercícios de aquecimento, inalação, passagem de som, além de todo o preparo espiritual… Tudo que posso fazer pra melhorar a experiência de assistir uma programação ao vivo comigo, eu faço. Mas desta rotina as horas incontáveis que a gente acaba sempre passando nos aeroportos, fazendo check-in, ou a espera de uma conexão também fazem parte como também, quando há possibilidade, visitas a rádios e tvs e entrevistas também, nas cidades em que há contatos com estes veículos de comunicação.

Quando estou em casa, minha prioridade é descansar, passar tempo com a esposa e os amigos… Me dedico ao “ócio criativo”, que é tentar favorecer o descanso da minha mente e do meu corpo ao ponto de ser capaz de escrever novas músicas, arranjos e desenvolver o conceito para o meu próxmio cd. A gente sempre está meio que pré-produzindo o próximo cd, compondo, fazendo arranjos, imaginando e sonhando o que pode ser o assunto, etc… Desta fase a pesquisa é fundamental. Ouvir muita música, pesquisar sonoridades e instrumentistas e métodos de gravação.

A última “rotina” é a da gravação. Daí tudo gira em torno disso… e seria necessário um livro inteiro só pra falar disto, rs., mas isto é bem mais raro…

É verdade que após este lançamento você já começa a se dedicar a um CD de carreira para o ano que vem?

É… quero tentar fechar meu repertório o mais rapidamente possível pra já começar a gravar no mais tardar em Outubro! Pelo cronograma da gravadora, ele tem que ficar pronto pra ser lançado em Abril, o que para mim será MUITO difícil, rs… Demorei quase 2 anos para gravar o “poemas e canções”, 3 anos para gravar “viver e cantar” e 6 anos para fazer o “Avinu Malkenu”, rsrsrs… Mas agora também vou ter outro tipo de suporte e já sou bem mais experiente em relação às questões de produção. E já estou mentalmente trabalhando neste cd desde o início do ano, também… Vamos ver. Orem por mim!!!

Quais músicas você destaca neste projeto em hebraico?

É muito difícil destacar apenas uma ou algumas… O repertório todo forma uma unidade, mas as músicas que, provavelmente, mais vão se destacar naturalmente especialmente para aqueles que conhecem outras versões destas músicas serão a própria faixa título “Avinu Malkenu”, além de “Adon Olam”, a que escolhemos para ser a música de trabalho “Yerushalayim shel zahav”, “l’cha Dodi” e “osse shalom”.

A MATÉRIA CIMA É UMA REPUBLICAÇÃO DA REVISTA COMUNHÃO. FATOS, COMENTÁRIOS E OPINIÕES CONTIDOS NO TEXTO SE REFEREM A ÉPOCA EM QUE A MATÉRIA FOI ESCRITA.


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