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segunda-feira, 18 março 2024

Discipulando através da Mídia e da Comunicação

Foto ilustrativa

Mídia e Comunicação fazem parte das sete áreas de influência da sociedade, para o bem e para o mal

Ela ficou conhecida como o “quarto Poder” – além daqueles formalmente constituídos: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Mas também ganhou a fama de manipuladora, cruel e mentirosa.

Sim, Mídia e Comunicação fazem parte das sete áreas de influência da sociedade, para o bem e para o mal. Porém, longe de ser um “poder incontestável”, a mídia e a comunicação são outras duas áreas que precisam ser conquistadas pelos valores e princípios do Reino de Deus.

Quem nunca sentiu raiva de algo que tenha ouvido no rádio? Ou da forma como certa notícia foi registrada no jornal? É de tirar a paciência a quantidade de ‘spams’ e vírus que chegam às caixas de e-mails e, mais ainda chegar em casa cansado e se deparar com programas televisivos de baixa qualidade e moralidade, no mínimo, duvidosa.

Se há 20 anos era quase inadmissível a divulgação de cenas amorosas, hoje até mesmo relacionamentos homossexuais são transmitidos, e em horário nobre. A violência ocupa os jornais, que também distorcem fatos e manipulam a verdade. O avanço tecnológico trouxe consigo a internet e, com ela, uma liberdade e amplitude de divulgação nunca antes imaginada. Porém, aliada à decadência moral crescente do homem, o resultado torna bem difícil acreditar que os meios de comunicação possam refletir a glória de Deus. Esse, no entanto, sempre foi o plano divino.

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A Bíblia inteira é formada por livros, poemas e cartas planejadas por Deus para, juntamente com tudo o mais que Ele criou, comunicar quem Ele é. Ele é a Palavra viva, o Verbo (Jo 1), o maior comunicador! O mundo foi criado pela Sua palavra e tudo o que Deus faz comunica algo. E, como imagem e semelhança de Deus, o homem é naturalmente
um comunicador.

Mas apesar de muitos acreditarem num suposto poder dos meios de comunicação, eles são neutros, como qualquer tecnologia. Podem ser igualmente usados para adorar a Deus ou não. O entendimento errado é aplicado também ao público, tido por muitos como uma grande massa apática, sem poder de escolha. No entanto, a Bíblia fala da autoridade do homem, do seu poder de aceitar ou rejeitar atos, pensamentos e mensagens (Gn 1:26-28).

“Nós temos o poder e o direito de aceitar ou rejeitar as ideias, conceitos ou palavras de qualquer pessoa ou instituição. Mas nosso papel enquanto cristãos não é o de impor aos outros a nossa perspectiva, e sim de comunicar nossa mensagem de um modo persuasivo. Temos de dar aos outros o entendimento sobre essa opção de escolha para que, pela graça de Deus, possamos salvar alguns”, escreveu a norte-americana Landa Cope, em seu livro ‘Modelo Social do Antigo Testamento – Redescobrindo os Princípios de Deus para Discipular as Nações’.

Tomando as rédeas da comunicação

Se a mídia tivesse poder por si só, a evangelização do mundo seria simples e barata. Ao assistirem a um programa gospel ou ouvirem uma mensagem evangelística no rádio, todos iriam se converter. Ao receberem um e-mail cristão, todos se tornariam discípulos. No entanto, essas mesmas pessoas, ao serem expostas a um programa “profano”, iriam se “desconverter”. Mas, graças a Deus, o meio não é a mensagem.

Com a invenção da imprensa por Gutenberg, a Bíblia, primeiro livro impresso do mundo, passou a ser bastante difundida. Hoje, o mercado editorial cristão é uma força incontestável no Brasil e no mundo. O primeiro filme cinematográfico foi produzido pelo Exército da Salvação. Até hoje, cristãos possuem mais concessões de rádio do que qualquer outro grupo no mundo.

No entanto, quando as novas tecnologias de comunicação (TV, Internet etc.) chegaram, o pensamento cristão mudou: elas passaram a ser vistas como ameaças, e foram deixadas de lado, com pouca ou nenhuma contribuição da Igreja ao seu desenvolvimento. Essa postura é em boa medida responsável pelo grande caos em que a Comunicação se encontra. Onde há ausência de luz, permanecem as trevas.

Alguns considerariam boas opções a criação de uma mídia gospel, ou então silenciar a mídia secular. Porém, criar uma comunicação paralela ou calar a voz dos opositores não são, segundo a Bíblia, as melhores alternativas. O próprio Jesus não silenciava ninguém. Os únicos a quem Ele mandou calar a boca foram os demônios e, ainda assim, eles falavam a verdade (Mc 3:11).

A preocupação dos cristãos não deveria ser com o que está sendo dito, mas sim com o que não está. Quais opções eles têm oferecido a quem navega na Internet? Ou a quem liga a TV? Quando têm a oportunidade de transmitir algo, o que tem sido transmitido?

“A grande mídia tem a preocupação apenas de entreter, até quando informa. Poucos se preocupam em usá-la para gerar vida, dignidade, esperança, amor… Chamados a trabalhar veículos de comunicação, temos o grande privilégio de fazer isso com excelência. Devemos, no entanto, aprender com Deus a nos comunicar. Buscar também o conhecimento do assunto através das universidades, e assim dar a Ele o melhor”, disse o publicitário e produtor de filmes André Barbosa.

Profissional da área há mais de 15 anos, ele também é missionário de Jovens com uma Missão (Jocum) e acaba de produzir um documentário denunciando a prostituição infantil no Nepal. André agora se prepara para iniciar duas escolas de documentário, na Inglaterra e na Holanda.

“Por muito tempo ouvi que a televisão era coisa do diabo. Com estas palavras, estávamos tirando nossa responsabilidade de comunicar, através da mídia, o amor de Deus com sabedoria e excelência. Creio que para influenciar a área da Comunicação, primeiramente devemos nos posicionar, fechar as brechas que criamos e assumir nosso lugar de comunicadores do Reino de Deus. Nossa negligência nessa área deixou um vácuo na história”, disse.

Para a jornalista Thalita Dias, a mídia falha em exercer seu propósito original. “Hoje, ela não expressa o caráter de Deus, porque não consegue levar a notícia com verdade, devido a vários interesses. É comum vermos também o privilégio de certos grupos, como acontece na área política”, disse.

Thalita, que é membro da Igreja Quadrangular em Jaburuna, Vila Velha, propõe uma mudança de postura. “Cristãos comunicadores precisam levar a verdade e a justiça. Ser comunicador cristão numa sociedade onde a mídia tem cada vez mais importância e cada vez menos valores é um desafio”.

Muitas formas, uma só verdade

De fato, quando se pensa na influência dos meios de comunicação, logo vêm à mente as novelas. Não há como negar sua influência sobre a cultura brasileira. E o que está sendo transmitido por elas? Nunca houve tanto apelo para a aceitação de comportamentos desviantes como nos últimos anos, nas novelas mais recentes. E o que era contestado antes passou a ser tido como comum. A postura da Igreja diante desse quadro, porém, tem sido apenas se conformar, ou então negar os fatos – não assistir à TV.

“Filmes, propagandas, novelas, jornais, são poderosos em moldar hábitos, comportamentos e mentalidades. E aí devemos analisar: que tipo de sociedade criamos? Será que está mais amorosa, generosa, fiel, segura? Onde estão os cristãos que têm o chamado para criar roteiros, peças de rádio, novelas, filmes, notícias, com o caráter de Cristo?”, questiona André.

Buscando fazer a sua parte, ele e a esposa Christina vão iniciar escolas de documentário com valores cristãos. A primeira será no próximo semestre, na Inglaterra, e a seguir na Holanda. A intenção é trazer a escola para o Brasil e formar comunicadores com a mentalidade do Reino de Deus.

Este ano, André passou um bom tempo com a família no Nepal, onde produziram um documentário chamado ‘Trafficked’ (“Traficadas”, em tradução livre). “O intuito foi conscientizar os pais nepaleses a não venderem suas filhas. Lá, há pessoas que os seduzem com falsas promessas e depois as vendem ao tráfico para a prostituição, na Índia. O filme, feito na língua nepali e disponível com legendas em inglês, será exibido nas escolas e vilarejos mais remotos do Nepal”, disse André.

Essas e outras iniciativas têm mostrado que é possível usar a Comunicação para propagar a verdade e a justiça. Ainda que signifique correr riscos, Deus tem chamado seus comunicadores para fazerem a diferença, romperem as trevas com a luz e trazerem o Reino de Deus para todas as nações da terra.

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Dicas de Leitura

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Apóstolo Fernando Guillen
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O Quarto Poder (Mad City)
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A MATÉRIA ACIMA É UMA REPUBLICAÇÃO DA REVISTA COMUNHÃO. FATOS, COMENTÁRIOS E OPINIÕES CONTIDOS NO TEXTO SE REFEREM À ÉPOCA EM QUE A MATÉRIA FOI ESCRITA.

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