Comunidade escolar e do bairro fizeram um abraço simbólico na escola. Ao todo, dez pessoas morreram no massacre, que completou uma semana nesta quarta (20)
O tiroteio na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), que chocou o país completa hoje (20) uma semana. Em homenagem aos dez mortos e 11 feridos no massacre, é que aconteceu um culto ecumênico na quadra do Colégio.
A celebração foi acompanhada por pais, alunos e professores. Antes do início da cerimônia, jovens cantavam músicas na porta da escola. Alguns alunos do Centro de Estudos de Línguas (CEL), que funciona dentro da unidade, chegaram uniformizados.
O culto contou com a participação de representantes de várias religiões, igrejas evangélicas, católica, umbanda e espiritismo. “Para nós, ainda é um momento de muita aflição e tristeza. Estamos consternados, mas não estamos destruídos”, disse o pastor Valter Oliveira, da Igreja Comunidade da Graça.
Rosas brancas foram distribuídas para os participantes do ato e um poema feito pelo aluno Cleiton Antonio Ribeiro, uma das vítimas fatais, foi lido por um estudante.
“É um sentimento de estar próximo dele e dar força para ele superar isso, porque ele não vai conseguir esquecer. Mas eu tenho de estar junto para que supere isso e viva daqui para frente. Ele tem o compromisso e a responsabilidade com a vida e com as pessoas e com o que puder fazer de bom daqui para frente. Ele tem o compromisso e a responsabilidade com a vida e com as pessoas e com o que puder fazer de bom daqui para frente”, disse Silvio Cesar de Souza, 47 anos, pai de um dos alunos.
As pessoas que acompanhavam a cerimônia começaram a sair de mãos dadas e iniciaram um abraço coletivo no prédio da escola.
O ataque
A tragédia aconteceu no último dia 13, durante o intervalo das aulas. Guilherme Taucci Monteiro, 17, entrou no colégio e deu início aos disparos.
Em seguida, Luiz Henrique Castro, 25, entrou na escola e atacou os estudantes e funcionários com uma “besta” (arma do tipo medieval que parece arco e flecha) e uma machadinha.
A polícia calcula que o ataque durou alguns minutos e só parou porque os policiais entraram na escola e cercaram os atiradores. Pelas investigações, Guilherme atirou contra Luiz Henrique, matando-o, e depois suicidou-se. A cena que ficou é de tragédia: pelo chão as vítimas, sangue e objetos deixados no caminho.
Lentamente, há um esforço para retornar à normalidade. As salas de aula estão abertas para os alunos que desejarem participar das sessões de acolhimento. Estudantes e profissionais de outras escolas estaduais preparam cartazes com desenhos e cartas com mensagens e paz, amor, esperança, união, como forma de acolhimento aos que voltarão a frequentar a Raul Brasil.
Indenizações
Um comitê executivo, criado pelo governo de São Paulo, vai coordenar o pagamento de indenizações para as famílias das vítimas. Na semana passada, o governador do estado, João Doria, disse que o valor da indenização será definido pela Procuradoria-Geral de São Paulo e deve ser de aproximadamente R$ 100 mil para cada família.
Segundo Doria, a indenização deve ser paga em até 30 dias. De acordo com ele, até 15 de abril, as famílias dos estudantes e das duas funcionárias da escola vão receber as indenizações.
*Com informações das agências
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