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sexta-feira, 19 abril 2024

Igrejas apoiam protestos contra corrupção

Desde as 8h30 da manhã de domingo (15/03), milhares de brasileiros saíram às ruas em diversas capitais, inclusive Vitória que reuniu mais de 100 mil pessoas na Praça do Papa, na Enseada do Suá. No meio dos manifestantes, famílias evangélicas fizeram seu protesto contra a corrupção e várias foram as igrejas que apoiaram seus membros que estiveram no evento.

Segundo o pastor da Igreja Batista da Mata da Praia, sociólogo Marcelo Aguiar, na Bíblia, Jeremias e Amós se manifestavam em praça pública. Dando os recados da parte de Deus, repreendiam os reis e os grupos dominantes.“Não existe paralelo na Bíblia com manifestações, porque não havia espaço para isso, é uma manifestação do mundo moderno, por conta do mundo democrático, mas tínhamos indivíduos que protestavam. Então o protesto público é legitimo e perfeitamente de acordo com as escrituras, além disso, Jesus disse que nós devemos ter sede de Justiça que deve caracterizar o seguidor de Cristo. Ele quer ver a coisa certa, quer ver a honestidade e a transparência por parte dos nossos governos”, explica.
Pastor Marcelo disse que do ponto de vista sociológico, ele acredita que as manifestações deste domingo estão mais organizadas do que em 2013, porque tiveram o foco nas notícias de corrupção e na política econômica controversa aplicada depois das eleições.
“Percebemos verdade, espontaneidade e um foco especifico. Me fez lembrar as manifestações pelas ‘diretas já’ nos anos 80 e pelo impeachment de Collor nos anos 90. Aquelas também foram manifestações populares espontâneas, com um alvo definido e mudaram a história do Brasil. Se seguirmos por essa linha, acredito que coisas boas devem acontecer em breve. Quero elogiar a manifestação ordeira, com a participação das famílias, não houve a violência dos movimentos de 2013, vimos toda a sociedade representada”, acrescentou.

Igrejas apoiam protestos contra corrupção

O pastor Joares Mendes, da Igreja Batista de Jardim Camburi, também acredita que a manifestação do povo de Deus nesse tipo de protesto é legítima e ficou feliz em saber, à noite, no culto em sua igreja, que vários foram os membros que participaram durante o dia de ontem.
“Jesus não pegou armas, mas denunciou a injustiça e a falsidade de fariseus e escribas no contexto religioso daquela época. O povo de Deus mais do que ninguém pode mostrar como fazer um protesto de maneira saudável, sem causar danos a terceiros. Existe uma corrente teológica que acredita que quanto pior o mundo estiver, significa que mais rápido Jesus vai voltar. Não acredito nisso, porque Ele disse que vai voltar quando todos os povos conhecerem sua Palavra. E é dever nosso, enquanto estivermos aqui, lutar para que a vida seja menos difícil e que as gerações que vão nos sucedendo tenham uma vida melhor”, declarou.
Para Mendes, se o governo não se manifestar e não mudar de postura diante da sociedade, os protestos vão continuar e ele quer que os cristãos continuem na batalha por um país melhor fazendo pressão, principalmente nos legisladores.
“São que fazem as leis e são eles que analisam os projetos enviados pelo Governo. A posição deles tem peso e precisam, deputados e senadores, estarem atentos àquilo que vem das ruas”, destacou.
A Igreja Missão Praia da Costa fez uma vigília das 15 horas até o final do culto da noite, com jejum e oração em favor do Brasil e dos protestos que aconteceram ontem.
Membro da igreja, Cesar Jubrael, foi com sua família protestar, atravessando a Terceira Ponte até a Praça do Papa. Ele disse que o povo de Deus tinha um propósito e lutava por isso na Bíblia, por isso não há motivo para os cristãos de hoje não batalharem por dias melhores. “Eles lutavam para salvaguardar o seu povo e o que estamos fazemos para salvaguardar o povo honesto e trabalhador de hoje? Vamos deixar nosso povo extinguir? Ao contrário do que os cientistas políticos estão dizendo, não era elite que estava protestando, a elite estava assistindo tudo pela TV. Foi para a rua quem está sentindo a falta de segurança, de saúde e pagando um absurdo de imposto por isso. Se fomos protestar é porque o sistema político faz apenas com que eles enriqueçam e o Brasil pare, só a vida deles anda para frente. Vale frisar que os três poderes formaram um conluio, eles mesmos fazem as leis e eles se julgam, cometem os crimes e se julgam. Não podemos aceitar isso”, reclamou. 

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