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sexta-feira, 19 abril 2024

Projeto eleva número de partos normais

Foto: Reprodução Web

As operadora de saúde estão reduzindo a quantidade de cesarianas e aumentando os procedimentos naturais

Desde 2004 a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vem trabalhando para promover o parto normal e reduzir o número de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar.

Entre as iniciativas, se destacam a inclusão de cobertura obrigatória para parto acompanhado por enfermeira obstétrica e acompanhante (sem custos adicionais) durante pré-parto, parto e pós-parto imediato; e o projeto Parto Adequado, cuja finalidade é alterar o modelo de atenção ao parto, baseado nas melhores evidências científicas disponíveis.

O projeto é desenvolvido em parceria com o hospital Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com apoio do Ministério da Saúde.

No Brasil, o percentual de partos cesáreos chega a 84.6% na saúde suplementar. Na rede pública, este número é menor, de aproximadamente 40%. O recomendado pelo Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 15%.

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Diante disso, para reverter esta situação, a Samp está promovendo uma série de ações. Segundo o ginecologista e gestor do setor de ginecologia e obstetrícia, Luiz Alberto Sobral Vieira Junior, a sala de parto na Clínica da Mulher foi adequada para facilitar o procedimento.

“Também capacitamos a equipe multidisciplinar para que ficasse apta a orientar as futuras mães; modificamos o curso de gestante, incluindo várias informações sobre a segurança e os benefícios do parto normal, fazendo com que a escolha seja feita de forma consciente; e institucionalizamos o plano de parto, momento em que a mulher define com a enfermeira obstétrica como enfrentará a situação – se ela quer um acompanhante, qual tipo de analgesia (medicamentosa, com bola ou no banho), como vai ficar enquanto está em trabalho de parto (em pé, deitada, etc.)”, disse.

Ele completa, afirmando que o parto é um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher e de sua família, por isso acredita que fornecer informações qualificadas ao público feminino, como os riscos que podem ser gerados em decorrência de um procedimento cirúrgico desnecessário, é primordial. “Em 2017, vamos aderir o programa Parto Adequado, que conseguiu reduzir o número de cesárias em 10 mil, em apenas 18 meses.”

O médico explica que o parto normal começa muito antes da gravidez em si. “É necessária uma preparação minuciosa em alguns aspectos muito importantes, como saúde emocional e física, educação alimentar e eliminação dos hábitos insalubres”.

Sobral conta que é fundamental procurar um ginecologista para fazer exames prévios, atualizar as vacinas e se adequar ao novo momento. “Elas precisam ter alimentação equilibrada, tomar suplementos, praticar exercícios físicos e, no caso de ser portadora de alguma doença crônica, deve consultar o especialista para encaixar a gravidez no seu quadro.”

O obstetra ressalta que fumar e ingerir bebida alcoólica não devem fazer parte do hábito de ninguém, muito menos das grávidas. “Tomando essas providências básicas, a mulher terá uma gravidez saudável, segura, que resultará num parto normal tranquilo e feliz. É evidente que há patologias próprias da gravidez que podem surgir no decorrer da gestação, mas tendo havido toda essa preparação, será muito menos complicado atravessar uma turbulência, se houver.”

De acordo com o especialista, a alimentação mais indicada para gestantes é aquela balanceada, com a maior quantidade de frutas e verduras possíveis, a fim de garantir um aporte de vitaminas e minerais para o binômio mamãe/bebê.

Em relação às atividades físicas para gestantes, o educador físico Patrick Paraguassú explica que, em geral, são indicados exercícios de baixo impacto, como por exemplo caminhada, pilates, hidroginástica e musculação – para fortificação da musculatura e das articulações.

“Atividades funcionais para região pélvica são fundamentais para o parto normal. Com a elevação do quadril há a ativação do glúteo e fortalecimento da região. No entanto, é necessário ter a liberação do médico ginecologista, que acompanha a gestante, e a orientação de um profissional de educação física”, avaliou.

Atendimento

A enfermeira obstétrica Nyckolly Machado, que integra a equipe multissetorial da Samp, explica que na Clínica da Mulher é realizado um acompanhamento diferenciado com as gestantes junto ao setor de Medicina Preventiva (MedPrev) da instituição. “Trabalhamos por meio de consultas de enfermagem, nas quais a gestante tem a oportunidade de tirar todas as suas dúvidas a respeito do trabalho de parto, parto normal, amamentação, tecnologias não farmacológicas de alívio da dor, entre outras dúvidas que ela sempre vai ter durante a gravidez.

Também mostramos nosso espaço, onde ela ficará no trabalho de parto, e exemplificamos o que ela pode fazer dentro da clínica quando a hora do parto chegar.  Dentro das consultas também realizamos o plano de parto, um instrumento que a gestante e seu acompanhante têm para mostrar à equipe que cuidará dela, suas escolhas e preferências. Essa ferramenta, também traz empoderamento. Além desse trabalho desenvolvido na gestação, a clínica disponibiliza um espaço próprio para receber a gestante e onde ela aguarda a evolução de seu trabalho de parto, botando em prática tudo o que foi passado nas consultas.”

Desejo

A pedagoga Mirian Gonzaga, que acaba de dar à luz sua primeira filha, Yasmim, conta que desde o começo da gestação já havia optado pelo parto normal, pois sabia que a recuperação é bem melhor. “O parto normal também é ótimo para a criança, fora que não há nenhum risco de infecção hospitalar nem para você nem para o bebê. Foi a melhor escolha que fiz para mim e para minha pequena Yasmim. Meu bem mais precioso. As meninas da Clínica da Mulher foram uns amores, a equipe médica foi maravilhosa e tudo foi perfeito”, elogiou.

Projeto Parto Adequado

O Parto Adequado, desenvolvido pela ANS, o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério da Saúde, tem o objetivo de identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, que valorizem o parto normal e reduzam o percentual de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar. Essa iniciativa visa ainda a oferecer às mulheres e aos bebês o cuidado certo, na hora certa, ao longo da gestação, durante todo o trabalho de parto e pós parto, considerando a estrutura e o preparo da equipe multiprofissional, a medicina baseada em evidência e as condições socioculturais e afetivas da gestante e família.

Vinte e dois hospitais privados e 4 maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) fazem parte do grupo piloto. Seis hospitais privados formam o grupo de seguidores, com acesso aos materiais, monitoramento dos resultados e encontros presenciais com técnicos da ANS. Três hospitais participam do projeto como colaboradores, compartilhando experiências já iniciadas com os demais participantes. Dezenove operadoras de planos de saúde apoiam o projeto.

Fonte: Ministério da Saúde

Estímulo

Começaram a valer desde 6 de julho deste ano as novas regras estabelecidas pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para estimular o parto normal e reduzir as cesarianas desnecessárias. Com a entrada em vigor da Resolução Normativa nº 368, as operadoras de planos de saúde, sempre que solicitadas, deverão divulgar os percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico. Também serão obrigadas a fornecer o Cartão da Gestante e a Carta de Informação à Gestante, no qual deverá constar o registro de todo o pré-natal, e exigir que os obstetras utilizem o Partograma, documento gráfico onde é registrado tudo o que acontece durante o trabalho de parto.

A resolução ampla o acesso à informação pelas consumidoras de planos de saúde, que poderão solicitar às operadoras os percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico. As informações deverão estar disponíveis no prazo máximo de 15 dias, contados a partir da data de solicitação.

Fonte: ANS

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