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quarta-feira, 24 abril 2024

Aumenta número de mortes por doença renal crônica no Brasil

Em dez anos, o país registrou um aumento de 38% na taxa de morte de doentes renais crônicos. Essas pessoas dependem de uma máquina que substitui a função dos rins (hemodiálise) para sobreviver. Em 2000, dos 46.547 doentes que faziam diálise, 7.000 morreram (15%). Em 2010, o número de doentes tratados foi para 92 mil, com 16.500 mortes (18%).

Os dados são de um censo feito pela SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia) e levado ao Ministério da Saúde. Foram avaliadas 340 clínicas de diálise, 53% do total. O frentista José Carlos Barbosa, 39, só descobriu que tinha doença renal crônica quando foi levado, com os rins paralisados, para a emergência do Hospital Santa Marcelina, em São Paulo. No posto de saúde, davam-lhe analgésicos. O sintoma era da hipertensão que, não diagnosticada e não tratada, evoluiu para doença renal. Um ano após iniciar a hemodiálise, Barbosa morreu.

Causas

Para a SBN, existem ao menos seis situações impulsionando o aumento de mortes. Muitos dos pacientes começam a fazer diálise tarde, quando já estão muito debilitados, o que aumenta as chances de morte. O número de nefrologistas no SUS também é insuficiente. Em São Paulo, leva-se, em média, seis meses para conseguir uma consulta.

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Quando sofrem complicações, os pacientes em diálise têm dificuldade de conseguir uma internação. As máquinas de hemodiálise do país estão velhas. Metade delas tem mais de seis anos e está no fim da vida útil, piorando o tratamento. Outro problema são os remédios de alto custo. O governo fornece essas drogas aos doentes em diálise (eritropoietina, sevelamer, hidróxido de ferro, entre outros).

Mas o repasse é lento e, muitas vezes, os remédios só chegam após dois meses da prescrição do médico. Um fator que agrava a condição é o envelhecimento. Cerca de 35% dos doentes renais têm mais de 65 anos e outras doenças, como diabetes e insuficiência cardíaca, que aceleram a mortalidade.

Prevenção

A maioria dos pacientes tem hipertensão ou diabetes, doenças que, sem tratamento, evoluíram para insuficiência renal. Há 10 milhões de pacientes renais no Brasil. O tratamento é um dos que mais pesam no orçamento do Ministério da Saúde. São gastos R$ 2 bilhões anuais –4% do orçamento.

Em geral, os pacientes sem acompanhamento prévio não têm a via de acesso por onde a hemodiálise será feita. O procedimento é necessário para deixar a veia do braço com mais calibre e, assim, fornecer um fluxo de sangue adequado para ser filtrado. Sem isso, é preciso usar cateter, o que aumenta o risco de infecções e trombose. “Com cateter, a taxa de mortalidade é quatro vezes maior”, explica o médico.

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