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sexta-feira, 19 abril 2024

Ansiedade, tecnologia e contemplação

Contas para pagar. Boatos de demissões. Insegurança nas ruas da cidade. Temor com o futuro dos filhos. Medo do que está por vir, de enfermidades. Vivemos dominados muitas vezes pelas preocupações, que em condições extremas podem gerar o quadro de transtorno de ansiedade, marcado por grande sofrimento.

Jesus, no Sermão do Monte, nos dá orientações seguras de como podemos viver a vida sem sermos afetados por essas angústias. Um dos segredos ensinados por Ele para ficarmos livres da ansiedade está em desenvolver o nosso olhar.

Jesus disse: “Olhai para as aves dos céus… olhai para os lírios do vale” (Mateus 6: 26,28). Nesse trecho, ensina-nos a ter uma vida contemplativa, aquela em que desenvolvemos o nosso olhar. Olhar a natureza e as pessoas ao nosso redor, olhar à nossa volta….

Como vivemos num mundo barulhento, poluído em todos os sentidos, a tecnologia vem nos tirando a oportunidade de estabelecer essa prática tão saudável para nosso crescimento espiritual. Certa vez, estava eu com minha esposa num restaurante e, depois de comermos, esperávamos a conta. O lugar era bem aprazível. Ao nosso lado, o cliente já tinha ido, mas a mesa ainda não fora limpa pelo garçom. Aproveitando aquele tempo, com uns poucos grãos de arroz ainda sobre ela, dois pardais chegaram e se alimentaram.

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Ao contemplar aquela ação, lembrei-me dessas palavras do Messias. Se o Criador providenciou aqueles grãozinhos para as duas aves, deixará de dar para nós e para nossa família o sustento necessário? Será que se estivesse com minha atenção voltada para a tela do celular teria visto aquela cena tão comum, mas de profundo significado? Por vivermos nas grandes cidades, perdemos o contato com o campo. Jesus disse que deveríamos olhar também os lírios dos campos. Provavelmente Ele estava se referindo às amapolas e às anêmonas. Flores frágeis, de um dia de vida apenas, mas de extrema beleza. Um dos remédios para a ansiedade é desenvolver o nosso olhar para margaridas, dálias, rosas, onze-horas e tantas outras espécies florais que estão ao nosso.

Brennan Manning conta em livro uma experiência. Quando criança, o Cardeal Newman imaginava que, por trás de cada flor, houvesse um anjo que a fazia crescer. Mais tarde na vida, escreveu: “A realidade é mais profunda. É o próprio Deus que pode ser descoberto na beleza das coisas que se podem perceber com os sentidos”.

Podemos praticar, ainda, a contemplação pela escuta. Vivemos, como já afirmei, num mundo barulhento. Nossas igrejas também estão muito estrondosas; e nossas casas não têm sido um lugar de silêncio. Precisamos resgatar a quietude da contemplação. Vivemos no meio de tantos sons exacerbantes que não ouvimos o cantar dos pássaros, o barulho do mar, os gritos das crianças que

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