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terça-feira, 23 abril 2024

Amor: a essência de Deus

Na edição de fevereiro, a Revista Comunhão iniciou uma série especial sobre o Fruto do Espírito. A partir de agora, vamos estudar cada uma das nove virtudes separadamente, começando pela virtude inicial citada em Gálatas 5.22: o Amor. O verdadeiro amor é um sentimento inspirado por Deus, de entrega, zelo e dedicação, sem a obrigação da reciprocidade, ou seja, o amor genuíno não exige nada em troca. E é dessa maneira que o Senhor ama cada um dos Seus.

Uma das referências bíblicas mais conhecidas acerca do amor é o livro de 1 Coríntios, capítulo 13. Recitado e cantado em muitos casamentos, este texto é um manual sobre o amor segundo a vontade do Pai: “Quem ama é paciente e bondoso, não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará” (1 Co 13:4-8).

Para o pastor da Igreja Batista Morada de Camburi, Erasmo Vieira, a melhor maneira de vivenciar o amor de Deus é observar o grande mandamento deixado por Ele. “Quando o Senhor Jesus disse que devemos amar a Deus de todo coração, de toda alma, com toda força e todo entendimento, e amar ao próximo, Ele nos ensinou que esta é a melhor forma de entendermos o amor do Pai por nós”, analisa o pastor.

Buscar a presença de Deus, meditar na palavra e exercitar o amor enquanto Fruto do Espírito são atitudes que facilitam a compreensão desse amor incomparável. Para o pastor da Primeira Igreja Batista de Cachoeiro de Itapemirim, João Luiz Melo, “só se pode vivenciar este amor se houver intimidade, diálogo e disposição em amar”. O pastor cita ainda o livro de Efésios, capítulo 3: “Que vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade. Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente” (vs 18-19).

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O amor como base
Ainda em 1 Coríntios 13, o último verso traz uma orientação acerca da importância do amor: “Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém, a maior delas é o amor”. O pastor Israel Belo, autor do livro “O Fruto do Espírito: a vida cristã como ela deve ser”, destaca que, na hierarquia da vida santa, o amor está em primeiro lugar. “O amor é mais importante do que a fé, pela qual somos salvos, e do que a esperança, pela qual nos mantemos vivos; ele é o sentimento mais importante, porque é o que dá qualidade à fé e à esperança”, explica o pastor.

Ao buscar e experimentar o amor como Fruto do Espírito, o cristão alcança um nível mais completo em sua fé e vida diária com Deus. Para o pastor Erasmo Vieira, este é o diferencial. “Quando existe amor, você adora de uma forma peculiar, se torna um verdadeiro discípulo de Jesus e aprende a ser semelhante a Ele de uma forma exponencial. Quando existe amor, a sua comunhão com Deus e com o próximo se torna diferenciada, você fica mais comprometido com sua vida cristã”, ensina o pastor Erasmo.

Experimentar, exercitar, vivenciar e fazer transparecer este amor torna-se um importante testemunho para aqueles que ainda não conhecem “o caminho, a verdade e a vida”. Uma pessoa que reconhece o amor de Deus em seu dia a dia passa a ser terra fértil para o agir do Senhor. “Quando temos um verdadeiro encontro com Jesus, nossa vida é aberta para que o Espírito Santo opere uma transformação. E, a partir daí, o Fruto do Espírito se desenvolve”, explica o pastor João Luiz Melo.

Com a frutificação do Espírito, reconhece-se uma árvore sadia. “Se uma pessoa diz que conhece a Deus, mas não manifesta este amor, alguma coisa está errada, pois o primeiro Fruto é exatamente este: o amor”, destaca o pastor João Luiz.

Assim como é fácil reconhecer uma árvore saudável, repleta de frutos, também é fácil perceber a manifestação do amor na vida daqueles que buscam a Deus. Além de testemunhar sobre a transformação do Espírito, a Igreja, como corpo de Cristo, passa a crescer de forma saudável. O pastor da Igreja Batista em Cobilândia, Wilson Fernandes, explica que essa é uma das maravilhas do amor de Deus. “Os relacionamentos no seio da Igreja se tornam mais sinceros e há um interesse genuíno em prestar socorro aos necessitados e mais disposição em levar a mensagem do amor do Pai às pessoas, e este é o maior bem que se pode fazer por alguém”, aponta o pastor.

Aprendendo a amar
O apóstolo Paulo, em uma de suas cartas, explica que o amor é algo que se aprende. Amar com a plenitude com que Deus ama cada um de seus filhos está além da compreensão humana e só se torna possível por meio do Fruto do Espírito. Para o pastor Wilson Fernandes, a obediência aos mandamentos bíblicos é um dos passos para aprender sobre o amor. “Mais do que um aprendizado, o amor é a prática da obediência.”

Outro importante passo a ser dado por quem deseja amar como Jesus amou é fazer uma escolha. De acordo com a Palavra, tudo é lícito, mas nem tudo convém. Dessa forma, Deus concede a cada um o livre arbítrio. Conhecer os mandamentos e as orientações do Senhor é papel de todo cristão, porém, segui-los é uma decisão pessoal.

Para o pastor Erasmo Vieira, cada indivíduo pode escolher amar seu próximo ou não amá-lo, sem esquecer que quanto mais se ama, segundo a vontade do Pai, mais forte fica este sentimento e mais próximo a Ele este indivíduo vai estar. “Se Deus é amor, mais próximos dEle ficamos quando exercitamos o amor segundo Seus ensinamentos. Quando Jesus disse à mulher Samaritana que os adoradores devem adorar em Espírito e em verdade, Ele quis dizer também que o verdadeiro adorador ama a Deus sobre todas as coisas”, explica o pastor Erasmo.

Assim como cada cristão deve buscar este Fruto do Espírito, exercitando-o, para que se fortaleça, e vivenciando-o, para estar sempre junto ao Pai, deve também cuidar para que as atribulações e rotinas do dia a dia não o sufoquem. Um coração sem amor torna-se terra árida, infértil e deixa de frutificar. Para o pastor João Luiz Melo, as obras da carne (Gl 5:19) são as primeiras a sufocar este sentimento. “O cristão que deseja sempre frutificar o amor, como Fruto do Espírito, deve tomar cuidado com sentimentos como egoísmo, egocentrismo, amargura, inveja, ódio, maledicências e tantos outros. Eles parecem coisas apenas da pós-modernidade, mas são sentimentos que existem desde que o pecado entrou na vida no homem, ainda no Éden”, explica o pastor.

Semelhante a uma árvore, o Fruto do Espírito deve ser semeado, regado e cultivado. Cada um deles tem uma importância vital no corpo de Cristo e compõe as virtudes que aproximam cada ser humano do caráter de Jesus. O amor, a primeira virtude apresentada em Gálatas, resgata o sentimento mais complexo e, ao mesmo tempo, mais simples inspirado por Deus.

A lição de amar sem esperar ser amado, como o Pai ama Seus filhos, é um dos exemplos mais importantes presentes na Bíblia: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira (…)” (João 3:16). Escolher seguir esse mandamento e exercitá-lo a cada dia é o melhor caminho para desenvolver as demais virtudes do Fruto do Espírito.

Na próxima edição da Revista Comunhão, você aprenderá um pouco mais sobre o segundo Fruto descrito em Gálatas, a Alegria.

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