Mobilização faz parte do projeto de integração dos migrantes no país desenvolvido pela ONG Visão Mundial com a Casa de Los Ninõs.
As crianças e adolescentes migrantes venezuelanas que vivem em Roraima enfrentam desafios diariamente de sobrevivência e integração com a cultura do Brasil. Segundo a Polícia Federal, mais de 16 mil venezuelanos pediram refúgio em Roraima nos primeiros seis meses deste ano.
Desde junho, crianças e famílias venezuelanas são assistidas com ações e projetos desenvolvidas por instituições missionárias. Nesta terça (21) a ONG Visão Mundial, organização não governamental humanitária especializada na proteção à infância, junto com a Casa de Los Ninõs, realizou uma tarde recreativa para a garotada.
“As crianças ficam muito limitadas no abrigo e precisam de alternativas externas para diversão. Por isso, já levamos elas para o parque, zoológico e agora vamos levá-las ao cinema. Essa é uma oportunidade delas conhecerem pontos turísticos da cidade e, principalmente, se integrarem com a população local”, conta Eugênio Rodrigues, coordenador de emergências da Visão Mundial.
Assistência
A crise migratória dos venezuelanos no Brasil teve início em 2015, devido ao desequilíbrio econômico, político e social da Venezuela. A situação fez com que muitos migrantes ficassem sem estrutura financeira para a garantia dos direitos básicos como alimentação, moradia e educação. Muitos migraram para a capital de Roraima. Algumas famílias dividem o aluguel de um imóvel e outras estão em abrigos.
Desde então a ONG vem oferecendo atividades de educação, saúde, lazer e esporte para 100 crianças e adolescentes venezuelanas. Além do registro e solicitação de documentos de permanência no país. No abrigo, as crianças tem aulas de português, arte indígena, assistem desenhos educativos e praticam atividades esportivas duas vezes na semana. O objetivo é alcançar 1.360 pessoas e cerca 442 famílias com as ações até o fim de setembro.
“A situação das crianças e adolescentes venezuelanas indígenas é mais vulnerável porque existe uma diferença cultural e linguística muito grande. Atualmente, a maioria delas não estão indo para escolas, pois não tem vaga e não tem preparo para o ensino da língua indígena. Por isso, nosso trabalho de ensino da língua com elas é tão necessário”, afirma Graziela Camargo, coordenadora da Casa de Los Niños.
Delvi Moraleda, 10, uma das crianças venezuelanas indígenas que está no abrigo há cerca de 10 meses. E ele tem sonhos. “O passeio que eu mais gostei foi o do parque Anauá, onde a gente tomou banho de rio, mas o passeio do zoológico também foi muito legal. Também gosto das aulas porque futuramente quero ser professor para ensinar aos outros o que aprendo aqui”, contou.
Acesse aqui para saber mais sobre o projeto da Visão Mundial voltado para os imigrantes.
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