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quinta-feira, 28 março 2024

A explosão da sétima arte cristã

Muitas pessoas fora dos templos estão sendo alcançadas vendo essas histórias através da telona

Nos últimos anos temos visto muitas produções audiovisuais nos cinemas brasileiros. Quando isso aconteceu com tanta frequência nos últimos 10 anos? Estamos, realmente, vivendo algo novo quando se fala de cinema cristão. O fato de eu mesmo estar escrevendo essas linhas aqui já demonstra a importância que temos dado ao tema.

Só no primeiro semestre desse ano já foram lançados, por exemplo, três filmes com temáticas cristãs: Maria Madalena, Paulo, Apóstolo de Cristo e Eu Só Posso Imaginar. No ano passado, o país assistiu a seis filmes, uma média de quase um a cada dois meses. Isso tem feito com que a cultura cristã mediante aos filmes se estabeleça e continue avançando.

Todos esses filmes influenciam e edificam a quem assiste. Mas, olhando por outro prisma, também são evangelísticos. Muitas pessoas fora dos templos estão sendo alcançadas vendo essas histórias através da telona. E os números não mentem. São mais de 15 milhões de cristãos impactados diretamente consultando somente bilheterias. Aqueles que assistem on demand ou em DVD é algo que não conseguimos mensurar.

Olhando para fora do nosso país, por muitos anos a sétima arte tem sido dominada por Hollywood com produções que em muitos casos trazem mensagens que agregam a nossa vida. Porém, na maioria das vezes podemos considerar que são puramente entretenimento sem propósito. Geram bilheteria, são rentáveis e isso é normal, afinal, a máquina precisa continuar girando.

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Aqui, durante muito tempo o cinema cristão foi visto como amador e não despertava vontade de assistir, não é verdade? Produções antigas, de baixo orçamento e pouco profissionais. Mas, a partir do momento que os distribuidores percebem que existe um público sedento por filmes com princípios cristãos e para família, é claro que abririam as portas, mas, isso não quer dizer que tenha sido fácil.

Em 2012, por exemplo, apenas há 6 anos atrás, produzi e distribui o filme Três Histórias e Um Destino. Esse foi o primeiro filme evangélico que alcançou um resultado satisfatório para o meio cinematográfico. Esse resultado foi o ponta pé para que exibidores pudessem ver que existia um nicho de mercado ainda não explorado. Aí, em 2014 chega aos cinemas “Deus Não Está Morto” levando 300.000 espectadores aos cinemas. O longa cristão de maior visibilidade nacional até o momento.

Com esse cenário se consolidando, os olhos dos grandes distribuidores (Sony Pictures, California Filmes, Paris Filmes, Paramount e etc) foram abertos para produções com princípios cristãos. Desde então, nunca mais paramos de lançar esses filmes.

A cada lançamento novos desafios surgem. Contudo, creio que atualmente o maior obstáculo é que o público vá aos cinemas no final de semana de estreia. Todo filme é avaliado com base na performance da bilheteria nos primeiros dias que está em cartaz. O brasileiro tem a fama de deixar as coisas pra cima da hora. No cinema isso é mortal. Quando você decidi ir e se o tempo passou, pode acontecer do filme não estar mais em cartaz. Precisamos mesmo nos engajar!

Em maio deste ano realizamos com a presença do Ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão e o Diretor Presidente da Ancine Christian de Castro o primeiro “Encontro Cultural da Economia Criativa Cristã”.  Há alguns anos um evento como este seria inimaginável, porém, a noite foi memorável por contar com a presença de vários profissionais, produtoras e veículos de comunicação do meio religioso. O ministro nos motivou a desenvolver projetos culturais e que o MINC e a Ancine tem leis de incentivo para fomentar a cultura cristã no país. Na 360 Way Up, empresa em que sou CEO e que acabou de completar 3 anos, já fizemos a campanha de marketing para o lançamento de 15 filmes. Um marco!

Muita coisa aconteceu, a caminhada é grande, os desafios continuarão, porém, estamos dando grandes passos para que a sétima arte se consolide a cada filme que estreia no circuito cinematográfico. Vamos em frente!


Ygor Siqueira é CEO da 360 Way Up e trabalha no mercado cinematográfico cristão há 9 anos

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