Perguntado por Almir Gomes, Igreja Cristã Maranata
Primeiro, gostaria de alertar que precisamos ter cuidado em destacarmos um versículo isolado das Escrituras sem entender ou estudar o contexto no qual está inserido, para que não venhamos a cair em erro de interpretação ou em desvios doutrinários. O verso 4 de Provérbios 16 está incluído num contexto, dos versos 1 ao 9, cujo tema são a soberania de Deus e Seu controle sobre todas as atividades do homem.
Há pelo menos três interpretações para o versículo em destaque. Vou listar duas. Uma, com a qual não concordo, diz que “Deus fez todas as coisas e o ímpio para o dia do mal”, concluindo que o Senhor criou uns (os justos) para a salvação e outros (os ímpios) para a perdição. Essa compreensão não se sustenta, pois Deus não cria a iniquidade nem a motiva (Tg 1:13,17). A Bíblia diz que Ele “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento de verdade”
(I Tm 2:4). Todos que reconhecem e confessam a Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas, arrependendo-se de seus pecados, serão salvos (Jo 3:16; Rm 10:9-13).
A outra interpretação, da qual sou adepto, é a de que neste texto o escritor nos revela que todas as coisas terão o seu devido fim, e aqueles que praticam a iniquidade, o mal, a imoralidade, a impiedade, o pecado, sofrerão o castigo de Deus (Jo 3:16-21; 36). É uma lei espiritual, um princípio divino: “Quem não crer será condenado” (Mc 16:16b). Hoje ainda estamos na dispensação da graça (Ef 2:8), em que a “porta da salvação” (Jo 10:9) está aberta a todos, indistintamente. Mas este tempo está chegando ao fim, e só serão salvos da “ira de Deus” os que creem em Jesus e O confessam como Senhor e Salvador de suas vidas. Os que querem viver na impiedade, no pecado, rejeitando a graça salvadora de Jesus, sofrerão as consequências de seus erros.