25.5 C
Vitória
quinta-feira, 28 março 2024

Neucimar Fraga: “A cidade está organizada, preparada para crescer”

Desde a eleição de Neucimar Fraga para a prefeitura de Vila Velha, em 2008, muita coisa mudou na cidade mais antiga do Espírito Santo. O prefeito chega ao final do seu terceiro ano de governo com obras concluídas e as contas do município em equilíbrio. Além do desenvolvimento de Vila Velha, as ações de Fraga se voltaram também para o social, setor em que ele conta, inclusive, com a ajuda das igrejas canelas-verde. Neucimar Fraga fala sobre o bom momento que vive o município, seus planos para o último ano de mandato, e sobre a vontade de continuar no cargo por mais quatro anos.

Como foram esses três primeiros anos da sua gestão como prefeito de Vila Velha?
Nós assumimos o governo em janeiro de 2009 nas mesmas condições em que estamos hoje: em estado de emergência, por conta das chuvas. O município tinha muitas dívidas vencidas; a cidade estava totalmente esburacada; algumas áreas estavam esquecidas e abandonadas; e o período era de crise financeira mundial. Nesses três anos, podemos dizer que a cidade avançou, apesar de todos os desafios que enfrentamos – e alguns deles nós vencemos. Uma das nossas propostas de governo era de reatar as relações entre o município, o governo do Estado e o governo federal. Vila Velha viveu muito tempo isolada, e a sua retirada do isolamento político inseriu a cidade na agenda de desenvolvimento e de crescimento do Espírito Santo. Nosso governo acredita que o desenvolvimento é a ferramenta mais moderna que temos para fazer justiça social. Porque sem receita você não enfrenta os problemas de infraestrutura da cidade. E com o desenvolvimento nós aumentamos a receita. Vila Velha foi o município em que a arredação mais cresceu no ano de 2010. Aliás, nós aumentamos a arrecadação de 2009 para 2011 em quase 50%. Saímos de um orçamento executado de R$ 470 milhões para R$ 650 milhões em 2011. Além de arrecadar, nós tivemos capacidade de executar o orçamento.

Quais foram os principais investimentos feitos nesses três anos?
A cidade tem a maior carteira de investimentos da sua história, são mais de R$ 500 milhões em obras públicas sendo executadas. O orçamento para o setor da saúde aumentou de R$ 72 milhões em 2009 para quase R$ 120 milhões investidos em 2011. Além disso, a cidade investiu em tecnologia. Nós temos hoje uma máquina moderna, e também enxuta. Somos a cidade com o menor número de funcionários por habitante no Espírito Santo, e também a que tem uma das folhas de pagamento mais baixas, em se tratando de percentual do orçamento. Hoje nós estamos gastando cerca de 42% da nossa folha com pessoal. Ou seja, a cidade está organizada, preparada para crescer. Nós podemos falar hoje das 18 escolas e das 11 unidades de saúde que estão sendo construídas, algumas das quais vamos inaugurar ainda no primeiro trimestre deste ano; das mais de 600 ruas que estamos fazendo, das quais 326 nós já entregamos, e outras estamos iniciando; dos 15 novos campos de futebol e das 18 novas praças que estamos implantando na cidade. Também podemos falar dos números do saneamento básico. Assumimos o município com 14% de esgoto tratado e esse percentual agora está chegando a quase 55%. Podemos falar também do nosso programa habitacional: são 2.180 unidades que serão entregues a famílias de baixa renda. Estamos investindo também em segurança pública. Vila Velha hoje é a cidade mais monitorada do Espírito Santo. São 65 câmeras já instaladas, e mais 65 a serem instaladas até o final do ano.

2012 é um ano eleitoral, e as articulações políticas já começaram. Como o senhor vê essa antecipação do momento eleitoral?
Na política, temos sempre os atores políticos que estão com o mandato e os atores políticos que querem o mandato. Existem aqueles que não querem deixar o mandato, e estes são perigosos, porque estão dispostos a fazer qualquer coisa para isso. Esse elemento é nocivo ao serviço público. Ao mesmo tempo, o que quer entrar às vezes também joga de forma irresponsável, apresentando para a população propostas mirabolantes e fáceis de serem resolvidas, que na prática não serão. E nós que estamos no governo temos que ter sempre o equilíbrio necessário para em momento algum perder o alvo, que é uma administração de excelência, focada nos resultados, cujo maior objetivo é o bem-estar da população, é melhorar a qualidade de vida do povo, é trazer resultados importantes para o futuro da cidade, que não comprometam o amanhã, para que não tenhamos que conviver depois com os problemas que temos hoje – que são consequência de um passado mal planejado da cidade. Então, neste momento temos que ter muito equilíbrio para, em nome do poder, não fazermos concessões que não devemos fazer, sob pena de colocarmos a cidade sob um risco muito grande no futuro.

- Continua após a publicidade -

Até agora sua gestão já decretou quatro emergências por conta das chuvas. O que foi feito para preparar a cidade para esse período?
Vila Velha hoje tem uma Secretaria de Defesa Civil bem preparada. Apesar de todos os problemas vividos nos últimos três anos, não tivemos nenhum óbito, porque a nossa Defesa Civil está pronta para dar a resposta. Nós monitoramos as principais áreas de alagamento da cidade. A cidade tem uma parceria boa com o Corpo de Bombeiros, com o Exército, com a Marinha, com a Polícia Militar, e isso facilita muito o nosso deslocamento e a nossa mobilidade em caso de respostas em momentos de tragédias. Agora no final de janeiro, vamos dar a ordem de serviço da primeira Central de Operação do Estado do Espírito Santo, que é um conceito chamado de cidade inteligente, que vai nos permitir ter um trabalho integrado de Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Militar, fiscais ambientais, de posturas, de obras, Cesan, Escelsa, as companhias telefônicas. São poucas cidades no mundo que têm esse projeto. No Brasil, só o Rio de Janeiro. Mas também é lembrarmos que Vila Velha é a única cidade no Espírito Santo que, além de estar no nível do mar, tem cinco rios que passam dentro de seu território para chegarem ao mar (Rio do Congo, Rio Jucu, Rio Formate, Rio Aribiri e Rio Marinho). Quando esses rios estão cheios, e a maré também está cheia, nós temos uma combinação perfeita para alagamentos. Podemos implementar ações para amenizar os alagamentos, e não resolver, porque ninguém conseguiu acabar com os alagamentos até hoje. Então, Vila Velha tem se preparado para reduzir os problemas do alagamento. Estamos trabalhando com o Plano Diretor de Drenagem, já captamos recursos para drenar e dragar o canal da Costa, entre tantos outros canais que estamos dragando e já dragamos. Para resolver mesmo o problema, teríamos que ter R$ 500 milhões em caixa, para implantar estações de bombeamento no encontro dos cinco rios com a maré. Mas por enquanto, dos recursos necessários, temos apenas R$ 180 milhões prometidos.

As drogas hoje preocupam muito a sociedade. Como a sua gestão tem trabalhando para combater esse mal, e como a igreja tem participado dessas ações?
Tão importante quanto investimentos em desenvolvimento econômico, em infraestrutura, é investir em gente, em vida. Vila Velha é pioneiro no trabalho de enfrentamento ao crack no Espírito Santo, e temos a Secretaria de Combate às Drogas no município. Até fizemos várias ações com abordagens, nos locais onde ficam os usuários de drogas, cadastrando essas pessoas, encaminhando alguns de volta à família; aqueles que querem, voluntariamente, nós estamos encaminhando para comunidades terapêuticas. Estamos construindo nosso Centro de Tratamento de Toxicômanos (CTT), e agora vamos construir a unidade terapêutica do município. Já retiramos das ruas e já internamos em comunidades terapêuticas mais de 70 jovens, ou seja, nós estamos investindo em vidas. A parceria com as entidades religiosas é muito importante para o enfrentamento dos problemas sociais na cidade. As drogas se tornaram um grande problema dos governos e das autoridades, e o crack se tornou uma epidemia no Brasil. Nessa mobilização, a igreja tem um papel importante, até porque existem mais igrejas do que prefeituras.

Você se baseia em algum versículo bíblico para governar?
A Bíblia é um compêndio de ensinamentos muito grande. Nós temos muitas lições bíblicas que são ferramentas na nossa gestão. Eu gosto muito de Romanos 12,2, que diz para não nos conformarmos com tudo isso, mas transformarmos pela renovação da mente, para que nós possamos experimentar a boa, a agradável, a perfeita vontade de Deus em nossas vidas. Eu me sinto sendo usado como instrumento de Deus para transformar a minha cidade. Nós temos que governar sempre com o pensamento focado na transformação, nos apresentar como agentes da transformação, e acredito que isso é importante para quem governa.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

- Publicidade -

Matérias relacionadas

Publicidade

Comunhão Digital

Publicidade

Fique por dentro

RÁDIO COMUNHÃO

VIDA E FAMÍLIA

- Publicidade -